Eu e a Astrologia
Muitas pessoas ainda percepcionam
a astrologia como uma forma de predizer acontecimentos, como uma ferramenta
disponível para “controlar” a vida ou, pelo menos, torná-la menos imprevisível.
Todos temos necessidade de segurança, de certeza… necessidade de ter um senso
de permanência. Historicamente e, ainda para muitos, a Astrologia servia para
preencher estas necessidades. O desenvolvimento do Ser Humano e o
desenvolvimento da sua complexidade psicológica fez com que, pelo menos do meu
ponto de vista, não seja mais possível continuar a percepcionar a Astrologia
desta forma limitadora. Se até há pouco tempo um homem nascia e vivia dentro dos
limites ambientais e sociais, hoje já não é bem assim. Até há pouco tempo era fácil
predizer acontecimentos – nascias escravo, escravo serias. Nunca o símbolo teve
tanto poder como hoje. O símbolo ajuda-nos a percepcionar padrões, não
acontecimentos… e os padrões podem tomar uma multiplicidade de formas. Ficar
retido na forma limita a aprendizagem. Integrar e harmonizar o padrão potencia
a liberdade. O símbolo é o meio que nos pode transportar para a maior viagem da nossa vida - o encontro connosco, o caminho para o inteiro. O ambiente e a sociedade podem ainda ter um papel limitador importante
na nossa vida, mas ganhámos a liberdade da escolha. Para muitos esta liberdade
ainda não é completamente consciente e, por isso, procuram no exterior realização.
Procuram transformar o ambiente, as condições sociais… Procuram através do ter,
alimentar a semente que está plantada em cada um de nós e que cada vez mais
grita por fogo, ar, terra e água – a semente que nos leva à procura de Sentido,
Propósito. Todos Somos e a Astrologia é uma linguagem que nos possibilita
descobrir o que está a impedir, o que está a tapar e bloquear o que Somos. O
auto-conhecimento possibilitado pela linguagem astrológica abre-nos um
verdadeiro caminho de individuação, um verdadeiro caminho que nos possibilita
ir no sentido da totalidade.
Hoje, há cada vez mais pessoas
que procuram no desenvolvimento pessoal, no auto-conhecimento, um “caminho” que
lhes traga respostas no sentido de encontrarem um significado, um propósito
maior para a sua existência. Ver o Universo como uma ordem inteligente e ver a
vida de cada um de nós com um propósito evolutivo dentro dessa ordem, abre-nos,
de facto, possibilidades infinitas dentro do caos aparente do dia a dia. Nós
mudámos e a Astrologia também.
“Carl Gustav Jung mostrou, além
de qualquer dúvida, que os principais agentes motivadores da vida, presentes na
psique individual, e os padrões psicológicos globais, presentes em culturas
inteiras, são factores arquetípicos na psique humana. Esses arquétipos são
essenciais na camada psicológica da vida.
Jung descreve os arquétipos como
princípios universais que são a base e a motivação de toda a vida psicológica,
individual e colectiva.
Tanto na Astrologia como na
mitologia, esses princípios universais constituem o principal campo de estudo,
sendo que a diferença entre elas está no facto de que a mitologia dá ênfase às
manifestações culturais dos arquétipos, em vários planos. Enquanto a astrologia
utiliza, como sua linguagem, os próprios princípios arquetípicos essenciais,
para poder compreender as forças e as configurações fundamentais presentes
tanto na vida individual quanto cultural.
Em qualquer cultura, o mito
serve, idealmente, como uma força vitalizante, porque mostra o relacionamento
do homem com uma realidade maior, mais universal.
Os Deuses da mitologia
(exactamente como os planetas da astrologia) representam forças e princípios
vivos existentes no universo e na vida de cada um de nós” – In Astrologia, psicologia e os quatro elementos – Stephen Arroyo
"... tenho uma afectuosa
consideração pelos astrólogos que lutam para estabelecer a astrologia sobre
bases mais seguras e confiáveis, através de técnicas "científicas"; e,
em especial, por aqueles que se propõem a "repensar a astrologia" em
termos de conceitos mais filosóficos e harmónicos. A minha única meta ao propor
esta abordagem "humanista" foi enfrentar as actuais tendências à
despersonalização que tanto ameaça a nossa civilização ocidental, bem como
situar a pessoa humana no lugar que lhe é devido na astrologia; isto é, bem no
âmago das suas preocupações. Eu me interesso por pessoas, não por um sistema ou
profissão – pessoas que vivem e se esforçam no sentido de realizar a totalidade
do seu potencial de Ser, AGORA” – Dane Rudhyar Astrologia Tradicional e
Astrologia Humanista.
Estou neste momento a estruturar
um Curso de Introdução à Astrologia... Que tipo de Astrologia quero ensinar?
Tradicional… psicológica… transpessoal…? Como o Rudhyar escreveu tão
sabiamente, eu interesso-me por pessoas que vivem e se esforçam no sentido de
realizar a totalidade do seu potencial de Ser, AGORA. Eu sou tudo o que sou… o
que aprendi, vivi, experimentei… o que sei e não sei... o que integrei e não integrei... e é esse tudo que Eu Sou que está Presente. Sempre!
Vera Braz Mendes
Olá Vera,
ResponderEliminarGostei muito de ler o seu artigo e não me surpreendi com a sua postura perante a astrologia, que me agradou muito.
Sobre o seu curso? Será maravilhoso, e acredito que não necessitará de o rotular, para ser muito útil.
Vou partilhar no FB, directo daqui.
Abraço.
AR
Olá António! Sempre presente. Obrigada.
EliminarBj
Um texto muito esclarecedor para quem está a ter aulas de astrologia. Sem dúvida que as pessoas e o auto conhecimento são o mais importante. Um grande beijinho.
ResponderEliminarAlexandra
Bj Alexandra. Obrigada
EliminarMinha querida astróloga de coração Vera!
ResponderEliminarComo não gostar do que escreves?
Sucesso no seu curso...e fuja dos rótulos, como bem disse acima o António.
Muitos beijos.
Astrid Annabelle
Astrid! Como gemeniana como eu, sabes q rótulos não entram no nosso dicionário.
EliminarBj