Mostrar mensagens com a etiqueta Gémeos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gémeos. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Eclipse Lunar


Eclipse Lunar

 

 

Amanhã, dia 28 de Novembro, teremos um eclipse penumbral da Lua no grau 7 de Gémeos. Um eclipse lunar ocorre por ocasião da lua cheia assim como o eclipse solar por ocasião da lua nova.

No eclipse lunar, Sol, Lua e Terra estão alinhadas entre si. Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra gerada pela Terra, o que na prática resulta apenas numa variação do brilho da Lua.  como explica o Marcelo Dalla no Dalla Blog     

 A Lua, não possuindo luz própria, vai buscar o seu brilho à luz solar. Quando a Terra passa entre os dois astros não deixa que a luz do Sol chegue à Lua. A Lua fica oculta.

Para os antigos, eclipses eram razão para grande temor e sinal de catástrofes. Hoje em dia, embora os eclipses continuem a ser ligados a momentos de crise onde muitas vezes escolhas têm de ser feitas, a nossa percepção mudou e percebemo-los como pontos focais de evolução. E penso que é bem perceptível para todos, o que, individualmente e colectivamente, o eclipse do Sol em Escorpião do passado dia 13 trouxe ao de cima para ser transformado… limpo… finalizado.

Num eclipse lunar a lua, a parte de nós ligada ao inconsciente, às emoções, ao passado, a parte de nós carente que reage em busca de segurança, é apagada. Num eclipse lunar o Sol prevalece sobre a Lua. Simbolicamente, é um momento de pura criação. A ocultação da lua permite criar um estado novo na nossa consciência. Dá-nos a real possibilidade de subirmos degraus na escada do nosso destino. Com a ocultação da Lua é como se a memória não funcionasse permitindo-nos vibrar, durante algum tempo, livres das experiências passadas, livres de padrões que nos sufocam e condicionam o crescimento. Estando a minha memória apagada durante algum tempo, o que ganha força é o presente, o aqui e agora. A Terra, o presente, cobre a lua, o passado, criando e abrindo espaço para ser quem sou, o Sol, futuro. Este apagão lunar possibilita a criação de um estado novo. No momento em que a minha memória se desliga, há também uma série de condicionamentos activados constantemente por ela que são também desligados. Este descondicionamento, em última análise, permite-me Ser Mais. Por isso, do meu ponto de vista, não podemos desligar o eclipse lunar na lua cheia, do solar que o antecedeu na lua nova. Se o eclipse solar traz ao de cima o que não faz mais falta e ali se semeia uma nova possibilidade, na lua cheia, há uma maturação do processo. Assim, com a ocultação da Lua, podemos “limpar” o que o eclipse solar pôs a descoberto.

Como a Juliana Estevez afirmou num seminário sobre eclipses que assisti há uns anos atrás; “Entre a ideia de que tenho que agir para construir o meu destino, ou tenho de aceitar passivamente aquilo que fui e sou e incorporar o que for que a vida me trouxer, entre estas duas polaridades, existe o caminho do meio”. O eclipse lunar é o momento onde existe a possibilidade de integrar de uma forma equilibrada, as forças do Sol e da Lua, integrar forças opostas que muitas vezes provocam conflitos, e percebê-las como forças complementares. Há um confronto entre o passado e o futuro, abrindo real possibilidade para que o presente se cumpra por inteiro, de forma a que todo o potencial se realize num futuro próximo. Alguma “tampa” é retirada dando-me a possibilidade de resolver, dissolver, desconstruir velhas cristalizações, sentimentos e condicionamentos antigos aos quais estou apegada porque me dão segurança mas que impedem a minha evolução. Este processo muitas vezes não é consciente. Muitas vezes também não é um processo tranquilo... não estamos habituados ao descondicionamento e, por outro lado, há quem não saiba lidar com ele. Há pessoas que são mais influenciadas pelo eclipse porque cai num ponto essencial do mapa. As casas onde aparece o eixo Gémeos/Sagitário no nosso mapa vão ser activadas pelo eclipse, assim como planetas que estejam principalmente nos signos mutáveis (Gémeos, Sagitário, Virgem e Peixes).

No eclipse de amanhã, devemos estar atentos a tudo o que passar na nossa mente; insights, decepções, ideias, decisões… sobretudo no que se refere aos nossos valores, crenças e principalmente Propósito de vida e a forma como nos relacionamos e comunicamos, porque vão ser profundamente desenvolvidas nos próximos meses. É como se alguma coisa se revelasse, trazendo algo que é essencial para a integração das energias opostas e por isso complementares. O impulso para novas possibilidades pode guiar-nos e libertar-nos porque o peso da memória, do medo, é ocultado.

E já agora, tenhamos atenção ao que se passou por altura do último eclipse lunar, no eixo Gémeos/Sagitário, no dia 4 de Junho.
 
No mapa do eclipse, a lua aparece em conjunção ao Júpiter e num Yod (Dedo de Deus), fazendo quincúncio ao sextil entre Plutão conjunto a Marte em Capricórnio e Saturno conjunto a Vénus em Escorpião. Este Yod em Ar e Água, parece-me que conduz à integração da polaridade do grau 7 de Gémeos e o grau 7 de Sagitário - Individual/colectivo e também as energias do Ar e Água (água se tivermos em conta o símbolo sabeu do grau 7 de Sagitário que nos fala de sentimento) - Unir o sentimento e a razão. Na verdade, temos os quatro elementos na configuração, se lhe juntarmos o Sol em Sagitário, que está oposto à lua - Lua e Júpiter em Ar, Sol em Fogo, Saturno e Vénus em Água e Marte e Plutão em Terra.  Assim, para além da Lua e de Júpiter em Gémeos, temos também a Terra em Gémeos, visto que a Terra se encontra sempre exactamente no grau oposto áquele onde está o Sol. A Terra é o regente esotérico de Sagitário e por isso, o propósito que encontramos em Sagitário tem de ser trazido e realizado na Terra de uma forma gemeniana, através de uma comunicação amorosa que chegue ao coração de todos. A forma como interpreto esta configuração (yod formado entre Lua, Terra, Vénús, Saturno, Marte e Plutão), acrescentando o Sol em Sagitário, é que, não basta comunicar através de Gémeos a "verdade" de Sagitário. É preciso Ser Verdade e Viver em Verdade e, para isso, precisamos mergulhar e dar uma nova estrutura às nossas águas emocionais. Só assim o medo se dissipa, só assim pode emergir o Poder da Vontade, criando uma sociedade mais justa e amorosa. Será muito difícil transformar as estruturas sociais, romper com os velhos padrões de poder nos quais assentam o mundo como o conhecemos, sem transformar o que leva a buscar poder... status...reconhecimento social. É necessário trabalhar com afinco, rigor, responsabilidade.

Graus Sabeus do Eclipse

 
Lua no grau 7 de Gémeos

 
“Um poço com balde e corda à sombra de majestosas árvores
 
Ideia básica: A fé primordial do Homem no poder sustentador oculto na vida

Em contraste com o ambicioso impulso do Homem moderno, na sua ânsia de poder e riqueza, temos agora a imagem da eterna busca daquilo que se encontra na raiz de todos os processos vivos, isto é a água. Essa busca também requer algum esforço – o de levantar o balde cheio de água -, mas esse esforço é simples e natural, feito à sombra das árvores, que comprovam a presença do liquido doador de vida. Essa presença depende da cooperação do Céu (chuva) e da Terra (formação geológica capaz de reter água), devendo o Homem desenvolver o sentido intuitivo que lhe permita senti-la e torná-la eficaz na sua vida quotidiana. Ele deve sentir a realidade oculta que preserva, para o uso de todos os organismos vivos, essa dádiva do Céu, a chuva abundante.

Neste estágio, o poder das energias colectivas e bioespirituais, que sustentam todas as culturas cujas raízes se acham fincadas na terra, é enfatizado, sendo contrastado com tudo aquilo que a mente tecnológica possa tornar disponível para aumentar o seu próprio conforto, bem como o seu domínio sobre a matéria. O símbolo implica uma CONFIANÇA FUNDAMENTAL NA, E A COOPERAÇÃO COM A, VIDA."

 
Sol no grau 7 de Sagitário

“Cupido bate à porta de um coração humano

Ideia básica: A forte activação dos anseios individuais de amor romântico.

Este símbolo refere-se àquilo que poderíamos denominar iniciação pessoal por meio de um amor ideal. Este, longe de estar vinculado ao valor social, tende a exaltar as características individuais, graças ao facto de glorificar aquilo que parece capaz de atender a necessidades intensas e, com frequência, inconscientes. Um amor dessa espécie é uma projecção das imagens da anima ou do animus, que, num certo sentido, complementam o carácter exterior daquele que ama. Trata-se de um evento subjectivo que tende a trazer àquele que ama uma crise ou caos emocional. Um tal amor frequentemente se torna a-social, se não anti-social, sendo bloqueado ou contido pela sociedade.

O amor carregado de grande intensidade romântica não conhece regras e ignora propósitos colectivos ou ditames da razão. Não obstante, pode trazer ao individuo uma intensidade de sentimento que nenhuma união de grupo é capaz de despertar, pelo menos no nível social ordinário. Está implícito aqui um desafio ao renascimento emocional.”

In Uma Mandala Astrológica – Dane Rudhyar

E hoje, a uma hora do eclipse, venho acrescentar - em relação ao Amor romântico que nos fala o grau 7 de sagitário, sendo Vénus por natureza a "regente" do amor romântico, não nos esqueçamos que no mapa do eclipse, Vénus está em escorpião muito pouco confortável no signo de Marte e pressionada por Saturno. Marte está em capricórino em conjunção a Plutão e ambos regem escorpião, onde está também saturno que rege capricórnio - Há uma recepção mútua. Este amor romântico carregado de intensidade, tem de conhecer as regras de saturno responsabilizando-se assim pela sua acção individual na transformação do social.
 

Nota: Na Enciclopédia Psicológica de Charles E. O. Cárter, os graus 7 de Gémeos e Sagitário relacionam-se com o coração.

 

 

Vera Braz Mendes

sábado, 26 de maio de 2012

Vénus - Amor no Coração do Sol


Vénus - Amor no Coração do Sol







No símbolo de Vénus (♀) encontramos o círculo do espírito sobre a cruz da matéria. É o domínio do Espírito sobre a Matéria.

“… Com o espírito sobre a matéria, pode manifestar-se a lei segundo a qual o que está em cima passa para o que está em baixo. É por meio desta ordem natural que a suavidade da verdadeira natureza do homem revela a ele a fonte da sua vida física. Esta é a verdadeira essência do amor.

Quando os antigos idealizaram este símbolo, sabiam que, quando o homem coloca a matéria acima do espírito, a sua vida fica vazia. A grande beleza, harmonia e amor que encontramos no mundo é o resultado da capacidade do homem de conseguir unir essas duas partes do seu ser, de forma que a sua essência espiritual esteja sempre acima da sua existência física, embora ligada a ela…” In “Vénus – A Dádiva do Amor – Martin Schulman

Vénus, regente de Touro (Terra) e Balança (Ar), é o lado feminino da nossa natureza. Vénus, Afrodite, Ishtar… Deusa do Amor. Segundo planeta do sistema solar, irmã da Terra, ponto mais brilhante do céu nocturno. Estrela da manhã quando atinge o seu brilho máximo antes do nascer do Sol ou, estrela da tarde quando o atinge no ocaso. Representa a nossa capacidade de expressar e ver beleza, o nosso sentido estético, o Belo, a união a algo que nos devolva valor, é a experiência da complementaridade.

Em Touro, é a atracção magnética pela forma, pelas posses, por um sentido de segurança. É a experiência dos sentidos…. prazer. Em Touro procura valor – como nos valorizamos, como utilizamos os nossos recursos internos e externos, como a nossa vida é expressão do nosso sentido de auto-valor – Amor próprio… E, a nossa relação com o que temos, com o dinheiro, com o que precisamos, diz muito sobre a forma como nos relacionamos connosco, sobre a maneira como nos damos valor, sobre o nosso sentido de segurança. Em Touro, Vénus ensina-nos que a nossa primeira relação é connosco.

Em Balança (Libra) é a aprendizagem dos e nos relacionamentos. É a Justiça, a parceria, a relação a dois, as relações sociais, a Arte. É a busca da harmonia. Na justiça, na arte ou nos relacionamentos buscamos harmonia, buscamos proporção – a proporção dourada. Em Balança (Libra) saímos de nós e buscamos no outro complementaridade. É a vivência do espelhamento – atraímos quem ou o que nos espelha. E quando não aprendemos a relacionarmo-nos connosco, quando não aceitamos ou ocultamos partes de nós, os relacionamentos são o campo para as maiores aprendizagens… muitas vezes para os maiores desafios. É-nos devolvido através da projecção, quem também somos e não sabemos ou não queremos saber.

Em Peixes Vénus exalta-se e o Amor universaliza-se. Em Gémeos tem um trabalho especial, pois é o regente esotérico deste signo, o regente da Alma. Em Gémeos Vénus ensina a comunicar a partir do coração. Vénus Deusa do Amor, Mercúrio (regente de gémeos) o mensageiro dos Deuses – Vénus junta-se a Mercúrio e traz amor às mensagens.

Vénus é especial e a sua especialidade mostra-se também através dos seus ciclos. Por estar muito próxima do Sol, o movimento de translação de Vénus leva 240 dias. No entanto, Vénus tem um ciclo maior, marcado pelas conjunções que o planeta faz periodicamente com o Sol. A cada 584 dias, vemos que Vénus, em movimento retrógrado, forma uma conjunção com o Sol, a chamada conjunção inferior (o planeta está retrógado e mais próximo da Terra). Num período de 8 anos, aproximadamente, ocorrem 5 conjunções inferiores em diferentes pontos do zodíaco formando uma forma geométrica – uma estrela de cinco pontas (um pentagrama). Se observarmos todas as conjunções que ocorrem ao longo dos séculos, percebemos que o pentagrama de Vénus move-se ciclicamente, em movimento retrógrado, a cada 256 anos.

O próximo mês de Junho vai ser muito fértil em termos de acontecimentos astrológicos significativos e, assim na Terra como no Céu, todos estamos conscientes que estamos a viver um tempo especial, um tempo em que todos nós podemos ganhar sentido e alinhar-nos com o propósito da nossa alma. Para além de no final de Junho termos a primeira de sete quadraturas entre Úrano e Plutão e de Júpiter entrar em Gémeos, teremos também no dia 5 e 6 de Junho um trânsito especial de Vénus (logo no dia a seguir ao eclipse lunar).

Vénus é o regente esotérico do signo de Gémeos e neste momento está retrógado em Gémeos. No dia 5 e 6 de Junho Vénus vai estar cazimi com o Sol no final do 16 de Gémeos (deve ter-se em conta o grau 17) ou seja, como explica o António Rosa no blog Cova do Urso;  “ Cazimi (também escreve-se Casimi) é um palavra técnica árabe que significa "coração do Sol" ou "no coração do Sol". É um termo astrológico / astronómico significando um planeta que está em conjunção exata com ou muito perto do centro do disco solar. Um planeta que forma uma conjunção com o Sol no espaço de 17 ' (minutos de arco) de partil (exactidão) é dito ser Cazimi, literalmente engolido e fortificado pelo Sol e, como ele também pode ser interpretado "no coração do sol".”

O trânsito de Vénus de dia 5/6 de Junho vai fechar a estrela de cinco pontas, o pentagrama. O trânsito de 2012, será o último do século (o próximo será em 2117). As duas últimas vezes que isto aconteceu foi em 8 de Junho de 2004 e a anterior a essa, em 1882.

Este é realmente um trânsito especial de Vénus. Se olharmos para o símbolo sabeu do grau onde Vénus se encontra no coração do Sol, consciencializamos a grandeza do significado. E nele, no símbolo, encontro o significado também do completar da estrela de cinco pontas. Para Pitágoras, o  pentagrama era considerado o símbolo da perfeição. Assim, quando o pentagrama se fecha no momento em que Vénus se junta ao Sol, é um momento de perfeição Divina. Para os pitagóricos a estrela representa a sabedoria e o conhecimento. A Estrela de cinco pontas é também um símbolo que designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma. A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas. As cinco pontas da Estrela lembram ainda os cinco sentidos que estabelecem uma ponte para a comunicação da alma com o mundo material. É um momento significativo para todos e especialmente para quem tem energias perto do grau 16 dos signos mutáveis (gémeos, virgem, sagitário e peixes) e também em Balança e Aquário (trigono) e Carneiro e Leão (sextil). Espero que seja um momento profundo, para mim também, que tenho o Sol a 17 de Gémeos.

No Símbolo sabeu do grau 16 está presente a necessidade de exteriorizar o conhecimento, a sabedoria… levar consciência aos que ainda não despertaram. Apesar dos aspectos tensos que vamos ter e temos tido no Céu, e apesar do símbolo poder sugerir contestação social, acredito, ainda assim, que impregnar o Rei (Sol, autoridade) em cada um de nós com o Amor de Vénus em Gémeos, disponibilizando sabedoria e conhecimento a todos, permitirá que acordemos e nos expressemos de uma forma venusiana para que a velha ordem de poder seja substituída por uma mais justa, harmoniosa, amorosa. O símbolo do grau 17, sugere e reforça uma transformação por meio da proliferação de conhecimentos de uma forma calma e consistente. Os dois símbolos representam de alguma forma o arquétipo geminiano, o dois, os dois lados sempre presentes - um lado instintivo e outro consciente. Será, creio eu, uma oportunidade de síntese. Uma elevação de nível de consciência, só possível através do Amor.


Símbolo sabeu do grau 16 de gémeos


“Uma activista dramatiza, num emocionado discurso, sua causa.


Ideia básica: Uma resposta apaixonada a uma experiência nova profundamente sentida.

Aquilo que foi “descoberto” não apenas precisa ser discutido e testado por meios de um intercâmbio intelectual que lhe permita ser formulado, como também requer a “exteriorização”. Isso implica o acto de lidar com aqueles que ainda não estão cônscios do novo conhecimento ou da nova compreensão. É necessário haver um público, que deve ser convencido; a sua resistência inicial à mudança deve ser superada. Isso costuma requerer uma dramatização emocional das questões envolvidas. Aqui, mais uma vez, tal como no próprio início no ciclo (Áries 1º), é descrita uma mulher, que tem como significado uma pessoa que depende dos sentimentos e das imagens veemente para abalar o público receptivo.

… Lidamos agora com a exteriorização do impulso original – isto é, a saída do vasto oceano de potencialidades que constitui a natureza humana em todos os níveis. Está em jogo um processo de comunicação de novas experiências. A mente é chamada a realizar a sua tarefa, mas primeiro vem a acção da mente que é violentamente transformada e que tenta transformar outras mentes por meios violentos, a mente proselitista.”

Grau 17

"A cabeça de um jovem robusto transforma-se na de um pensador robusto.

Ideia Básica: A transformação da vitalidade fisica no poder de construir conceitos e formulações intelectuais por intermédio dos quais o conhecimento possa ser transferido.

Enquanto, no símbolo precedente, vemos a libertação explosiva de impulsos gerados por uma nova forma de perceber o que é certo e errado - a forma "mulher" controlada pelos sentimentos, - vemos agora um quadro de um processo de calma e consistente metamorfose de energia biológica em poder mental, que pode ser visto simbolicamente como a forma "homem". O simbolismo pode parecer ultrapassado nos nossos dias, mas as duas abordagens contrastantes de comunicação de novas experiências permanecem evidentes, seja qual for a maneira de simbolizá-las.

Tal como acontece em praticamente todos os casos, apresenta um contraste em relação ao primeiro. Temos representada a transformação de emoções em mente, de instintos em pensamentos - um processo de metamorfose mental."


In “Uma Mandala Astrológica” – Dane Rudhyar


Não posso deixar de agradecer venusianamente, de coração, ao António Rosa pelo desafio que me lançou. Agradeço muito também todo o seu apoio.





Vera Braz Mendes

sábado, 19 de maio de 2012

Lua Nova de Gémeos e Eclipse Solar

Lua Nova de Gémeos e Eclipse Solar







A próxima lua nova será no grau 1 de Gémeos, no Domingo 20 de Maio às 23:48. A lua nova de Gémeos coincide também com um eclipse anelar do sol.


Cada lua nova dá-nos a oportunidade de nos alinharmos com a energia que está a ser libertada. É o início de um novo ciclo e, portanto, uma excelente oportunidade de estabelecermos objectivos de acordo com o que o Céu propõe. Na lua nova, a lua é impregnada pela energia vital solar, por isso, termos consciência do que está a ser proposto pode ser uma mais valia extraordinária.


Esta lua nova coincide com um eclipse anelar do Sol, ou seja, a Lua, que fica entre a Terra e o Sol,  não oculta completamente o Sol o que faz com que fique visível uma espécie de anel de fogo à volta da Lua. Embora o eclipse não seja visível em Portugal e por isso a sua acção seja mais efectiva nas partes do globo onde vai ser visível, o seu simbolismo, ao nível do processo pessoal de cada um de nós mantem-se. Num eclipse solar, deixamos de ver o Sol por alguns momentos, ele é eclipsado pela Lua e, simbolicamente, é como se não nos pudesse guiar, como se por uns momentos a luz nos fugisse. A Lua representa o passado e por isso, é um bom momento para revermos o que temos de deixar para trás, o que não nos faz mais falta e está a servir de entrave para prosseguirmos no Caminho. É um bom momento para contactar com medos escondidos, bloqueios, padrões que nos limitam.


Muitas vezes, um eclipse é um momento difícil e, a sua influência, dependendo do que “eclipsa” no nosso mapa, pode fazer-se sentir por vários meses (depende da duração real do eclipse).


É uma oportunidade para consciencializarmos que, embora não tenhamos o Sol, a luz para nos guiar, temos e teremos sempre um Sol, uma luz interna com a qual podemos entrar em contacto. Um eclipse solar estimula-nos a emanar a nossa própria Luz, aquela que está sempre disponível no nosso interior. Sendo em Gémeos, é também uma oportunidade de encontrarmos o conhecimento dentro de nós mesmos e de começarmos a seleccionar a informação que realmente interessa, informação pragmática e profunda, assente em valores que se adeqúem à realidade presente e às necessidades básicas da vida, no presente, no aqui e agora (Mercúrio em conjunção a Júpiter em Touro). Informação que seja produtiva e nos guie no sentido do nosso crescimento e desenvolvimento.


Assim, no estabelecimento de objectivos da lua nova de Gémeos, devemos ter em conta todos estes factores.


Na lua nova de Gémeos podemos estabelecer objectivos de acordo com o simbolismo de Gémeos e de acordo com a casa (experiência) que abre com Gémeos no nosso mapa, ou seja, com a parte de nós ou a área de vida onde experienciamos dualidade, onde precisamos de variedade e estímulo mental. Onde precisamos estimular a curiosidade que nos leva à contínua colocação de perguntas e a disponibilidade e versatilidade que nos guiam no sentido da comunicação, no sentido de estabelecimento de relações com outras pessoas ou ideias.


Coincidindo a lua nova de Gémeos com um eclipse do Sol, estando o eclipse em quadratura com Neptuno e estando neste momento o planeta Vénus (regente esotérico de Gémeos) retrógado em Gémeos, será uma excelente altura para começarmos a usar a comunicação com um sentido de serviço. Uma boa altura para passarmos para a Inteligência do Coração.

Podem aceder ao texto sobre gémeos aqui

Como de costume, deixo-vos o símbolo sabeu para esta lua nova, o grau 1 de Gémeos. Muito elucidativo para a compreensão deste eclipse.

“Um barco de casco transparente revela maravilhas submarinas.

Ideia Básica: A revelação de energias inconscientes e de estruturas psíquicas submersas.
Na segurança relativa de um “barco”, um indivíduo particular aprende a ter consciência dos conteúdos até então ocultos do Inconsciente Colectivo do homem – desde que esse barco (isto é, seu ego, que o distingue da psique colectiva planetária da humanidade) tenha um casco transparente. A mente consciente deve ter-se tornado, pelo menos em parte, translúcida. Essa transparência não é uma directa. A janela da mente permanece fechada, mas, através dela, o indivíduo pode perceber o exterior – “exterior” significa, aqui, as camadas profundas da psique, que se encontram a baixo do nível normal de consciência.
Neste primeiro estágio do processo de “descoberta”, podemos falar, tão-somente, de visão, e não de identificação. Trata-se de um sentimento de admiração: “Eu não sabia que isso podia existir! Que beleza!” ou “Que excitante!” Uma nova dimensão da realidade é captada por aquele que busca com mais afinco.”

In Uma Mandala Astrológica – Dane Rudhyar



Vera Braz Mendes








sexta-feira, 18 de maio de 2012

Gémeos


Gémeos




Gémeos é o terceiro signo do zodíaco e forma com Balança e Aquário a triplicidade dos signos de Ar. Signo masculino, é também um dos quatro signos mutáveis, juntamente com Virgem, Sagitário e Peixes. Como signo mutável de Ar, é o explorador, o distribuidor, polinizador de ideias por excelência.

Em Gémeos encontramos o impulso que nos leva ao questionamento, à indagação. Encontramos a curiosidade que nos leva à contínua colocação de perguntas e a disponibilidade e versatilidade que nos guiam no sentido da comunicação, no sentido do estabelecimento de relações entre pessoas ou ideias. Em Gémeos somos movidos pelo prazer que a busca nos proporciona, pelo movimento... não tanto pelo encontro das respostas. A curiosidade e o prazer da busca são os seus maiores dons. É a eterna criança questionadora e criativa… criança que muitas vezes não quer crescer…  num mundo de possibilidades infinitas onde a variedade de experiências não acaba nunca, crescer, comprometer,  encontrar um sentido, um caminho… respostas… parece limitador. Assim, o seu maior dom pode ser também a sua maior sombra. É personificação da dualidade, o arquétipo da humanidade – a luta entre os irmãos Pollux e Castor, bom e mau, os opostos eternos que caracterizam a condição da encarnação…tão presentes no seu símbolo (II) que nos lembra o número 2 em numeração romana.

Gémeos é regido por Mercúrio, o mensageiro Alado dos Deuses, filho mais inteligente de Zeus. Está relacionado com o mito de Castor e Póllux: Triste pela morte do irmão Castor numa batalha contra Idas e Linceu, Póllux pede a Júpiter, seu pai, que o traga de volta à vida. Tocado pela demonstração de amizade dos irmãos, Júpiter determina que Póllux partilhe a sua imortalidade com Castor, alternando diariamente com ele a vida e a morte.

Um dos maiores dons de Gémeos é também a partilha. Em gémeos partilha-se. Partilha-se o que se aprende, o que se experiencia. E a partilha é um dos pressupostos para que possa haver relação… estar aberto a todas as possibilidades, ver os vários lados de uma mesma questão, não se focalizar em “verdades” absolutas tendo sempre em conta que podem existir várias verdades…ver a especialidade das coisas simples da vida, a especialidade dos homens comuns... a sabedoria do comum, de ver o extraordinário no ordinário... O não pré-conceito, dá a Gémeos a capacidade de chegar tanto ao príncipe como ao pescador… tanto ao intelectual como ao merceeiro…tanto ao sábio como ao homem comum. É fácil falar, ouvir, compreender quando todos falamos a mesma língua… É fácil ser “espiritual” quando estamos num meio receptivo… menos fácil é “sê-lo” no super mercado. Gémeos funciona como uma lente que traduz o saber, a “verdade” que vai encontrando, na língua de quem está a ouvir… adapta-se, sai da sua “cadeira” e senta-se na “cadeira” do outro.… Com Sagitário, signo oposto e por isso complementar, Gémeos aprende sobre o sentido, sobre dar sentido e significado ao que aprende e comunica. Gémeos aprende a usar uma “peneira” – milhares de informações, saberes, experiências chegam a nós… mas só algumas passam pela peneira, as que nos direccionam… as outras fazem-nos perder tempo e por isso não podem passar. Esta é a grande lição que Gémeos aprende com Sagitário -  reconciliar a polaridade, direccionar, sintetizar. Sagitário aprende com Gémeos sobre simplicidade e, principalmente, sobre multiplicidade – capacidade de dançar com a vida, ter “jogo de cintura”, relativizar.

 Em Gémeos ganhamos, através da experiência, a primeira relação entre a Alma e a Personalidade – pressentimos a Alma em confronto com a Personalidade. Mercúrio, planeta regente, vai oscilando entre os opostos. Planeta ligado à mente concreta, ao gémeo mortal (Castor) que representa a personalidade. É a mente inferior, a mente que procura incessantemente, classifica, divide… procura da informação pela informação, como uma forma de colmatar o vazio, o desconforto do confronto da polaridade … mente cheia, demasiado cheia. É necessária a actuação de Vénus (regente da Alma) para integrar a mente superior. Vénus actua para sintetizar amorosamente os opostos – é a Inteligência do Coração. Gémeos é um signo do 2ª Raio – Amor-Sabedoria – onde o conhecimento está ligado à capacidade de serviço. Comunicar amorosamente com um sentido de serviço. É a não identificação com a mente – servimo-nos da mente, não somos a mente.

Frases-chave de Gémeos:

Personalidade – “Que a instabilidade faça o seu trabalho”

Alma – “Reconheço o meu outro Eu e, na declinação do Eu, Eu cresço e brilho”





Vera Braz Mendes