quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lua Nova Sagitário - Alinhemo-nos com o Propósito

 
 
 

Lua Nova Sagitário - Alinhemo-nos com o Propósito
 
 
Hoje é dia 12 do 12 de 2012, para muitos de nós, significa mais um passo na direcção no tão falado alinhamento galáctico de 21 de Dezembro.

falemos então do chamado alinhamento galáctico. Este evento é sem dúvida extremamente significativo, dado que o nosso sistema solar se alinha com o plano da galáxia, o que simbolicamente (e é apenas nesses termos que me compete analisar) indica uma sintonização do nosso universo particular com o propósito maior do cosmos.

Acontece que não é possível determinar com exactidão o momento preciso deste alinhamento dado que o cálculo do eixo central da galáxia é apenas uma referência aproximada. Inclusive, se formos fieis à matemática astronómica, este alinhamento terá atingindo o seu auge em 1998. Serve isto para dizer que, seja qual for a transformação que esta data simboliza, ela já está a decorrer. Pergunto quem de vós, ao longo deste último ano, não foi confrontado com a necessidade de operar grandes mudanças, externas ou internas, na sua vida? Quer a nível individual, quer social, esta transformação é por demais evidente. E se este final de 2012 se destaca de alguma maneira, penso que é na percepção de que já não é possível voltar atrás.

Até aqui talvez ainda pudéssemos iludir-nos de que poderíamos voltar à zona de conforto, que as “crises” que se instalaram nas diversas áreas da nossa vida seriam passageiras, que seriam contornáveis, reformáveis ou remendáveis. Mas não… já não há como voltar atrás!

E é assim, suspensos sobre o abismo entre o passado e um futuro que ainda não vislumbramos, que nos confrontamos com o que somos e o que realmente queremos ser. E a Lua Nova de dia 13 pode ser um momento chave neste processo.” Texto do blogue do Jorge Lancinha 
 

Aproveitemos então a Lua Nova de amanhã, dia 13, e lancemos as sementes do que realmente queremos ser.

"O relacionamento do sol e da lua desenrola-se de acordo com um padrão ondulado de aumento e diminuição da luz, ou separação e retorno da lua para o sol. O ciclo começa na lua nova, quando a lua está perdida no brilho do sol." In O ciclo de Lunação - Dane Rudhyar

Na astrologia, o relacionamento do sol e da lua é o arquétipo base para todos os relacionamentos entre planetas. A relação sol-lua passa por diversas fases durante o ciclo.

Na lua nova, a lua é impregnada pela energia vital solar. Como nos diz Rudhyar, "O sol liberta a sua emanação espiritual por ocasião da lua nova". Um novo ciclo de experiência começa, por isso, é um bom momento para rever os nossos compromissos e estabelecer objectivos.

Durante cerca de três dias que antecedem cada lua nova, a fase balsâmica da lua, podemos libertar o excesso de peso que trazemos às costas na nossa "mochila". É uma fase de meditação, de reflexão sobre o que temos que libertar porque não faz falta para o ciclo que se vai iniciar. É como a história do mestre Zen: O mestre Zen está com um novo discípulo a tomar chá. O mestre pega no bule e enche a chávena do discípulo. A certa altura, a chávena já está cheia, começa a verter, e o mestre continua a enchê-la. O discípulo, aflito, grita; "mestre o que está a fazer? a chávena já está cheia, está a transbordar" e o mestre responde; "a tua mente é como esta chávena de chá. Como é que posso ensinar-te alguma coisa se já está cheia?" Só quando vazamos a nossa chávena é que podemos experimentar um novo e delicioso chá.

Assim, a cada lua nova, temos a oportunidade de nos alinharmos com a energia que está a ser libertada. É altura de lançar sementes.

A lua nova de Sagitário será amanhã às 8:43 a.m.. É tempo de formular objectivos, lançar sementes, deixar entrar o novo na àrea de vida (casa astrológica) que abre com Sagitário no nosso mapa e em relação aos planetas que trazemos em Sagitário. Este é o momento para escolheres quem queres ser! Utiliza a energia de Sagitário e semeia.

O símbolo sabeu desta Lua Nova é o grau 22 de Sagitário

“Uma lavandaria chinesa.

Ideia básica: O uso da base racial-cultural especial de cada um para sobreviver e prosperar num ambiente diferente.

Há muitas situações de vida em que, graças à sua base ancestral ou pessoal ou os seus interesses especiais, o indivíduo encontra-se separado das pessoas no meio das quais tem de viver. Não obstante, com frequência lhe é possível usar essa base como um valioso fundamento de uma actuação sem problemas, bem como da sua aceitação num ambiente diferente, sem que, para isso, perca o seu próprio carácter natural.

Neste estágio (…) já não há uma questão de imitação dos modos de um grupo superior; trata-se agora de manter a própria integridade em situações que não atribuem valor àquilo que se é essencialmente, nem o favorece. Requerer-se aqui autocontenção… e bom humor!”

Meditemos sobre este grau… quantos de nós nos sentimos “peixes fora de água”? Não percamos o nosso carácter natural… as coisas são o que são e nós Somos.

 

Há variadíssimas formas de formular objectivos, muitas pessoas conhecem os objectivos SMART (específico, mensurável, atingivél, realista e "timed" datado), no entanto, vou deixar-vos algumas chaves para uma boa formulação de objectivos de acordo com a Programação Neuro Linguística.

 

Um objectivo, para ser bem formulado deve ter em conta algumas “regras” e depois deve ser escrito:

 

1- Expresso de forma positiva e no presente (o que quero especificamente e não o que não quero)

 

2- Iniciado e mantido por mim – (de que necessito para o realizar (recursos)? O que impede que o atinja agora (limitações)?

 

3- Demonstrável através dos sentidos (como é que sei que o objectivo está a ser realizado? – O que ouvirei, sentirei e verei quando o objectivo se concretizar

 

4- Específico e contextualizado (Quando, onde e com quem estou quando o objectivo se realizar)

 

5- Ecológico, i.e., congruente com os meus valores e com o meu meio ambiente.

 

(Podemos fazer uma visualização tendo em conta todas estas “regras”)

 

Nota: devemos também fazer as 4 perguntas clássicas cartesianas para controlar a ecologia do objectivo:

 

- O que acontece se atingir o objectivo?

- O que não acontece se o atingir?

- O que acontece se o não atingir?

- O que não acontece se o não atingir?

 

 

 

Vera Braz Mendes

Sagitário


Sagitário



«A meta é romper os parâmetros da percepção histórica e cotidiana, e começar a perceber o desconhecido. O Universo, sem fim, está sonhando, no espaço e no tempo, sua canção. Somos os viajantes sempre surpresos, descobrindo novos segredos, sem fim. Sem fim.»
Esta frase é do blogue Navegante do Infinito da querida Astrid Annabelle , frase que me faz sempre parar e sorrir. Lembra-me sempre Sagitário.
Nono signo do Zodíaco, Sagitário é o terceiro fogo, fogo mutável onde definitivamente começamos a viagem que liga o Céu à Terra. Transporta-nos o Entusiasmo, palavra que vem do grego en + theos, literalmente “em Deus” e que originalmente significava inspiração ou possessão por uma entidade divina ou pela presença de Deus. Entusiasmo que se reflecte na alegria, na coragem e na determinação de quem encontrou sentido na construção do Caminho de Re-Ligare, de ver em cada experiência o Céu na Terra. Emoção que vem de dentro e cujos alicerces se sustentam na Fé. Viagem, interna, externa, de procura de um sentido para a existência através da compreensão e integração das Leis do Universo. Sagitário simboliza a síntese, a união do humano com o divino. União representada pelo Centauro, metade homem e metade cavalo, erguendo um arco e uma flecha – a sabedoria encontra-se na aceitação dos limites da condição humana, transcendida quando apontamos a flecha para o Céu e nos religamos à nossa condição divina.
Em Gémeos (signo oposto) vivemos as experiências, faltou-nos sentido. Procurámos conhecimento, faltou-nos compreensão. Desenvolvemos a lógica, faltou-nos intuição. Movemo-nos pela diversidade, faltou-nos unidade. Depois da multiplicidade de experiências que começamos a viver com Gémeos, é em Sagitário que aprendemos sobre direcção. Se não soubermos para onde caminhar, qualquer caminho serve – milhares de informações, saberes, experiências chegam a nós… mas só algumas nos direccionam… Esta é a grande lição que Gémeos aprende com Sagitário -  reconciliar a polaridade, direccionar, sintetizar. ~


"Em Sagitário a seta simboliza o sentido da vida, o ideal que pede ao Ser um conhecimento maior, uma adesão total de si próprio. Sagitário é o signo da Fé, essa emoção que emerge quando mente e coração se unem, se pacificam. Quando ambos se orientam num projecto comum que pela sua forma unitária, transcende o ego e o instinto.
A Fé é o Fogo da Transcendência. Permite superar os condicionalismos da matéria e levar a alma humana à consciência da sua dimensão universal. Sagitário é o eterno viajante. Procura sobre a terra a Verdade do céu. 0 valor justo, a ética, a referência absoluta que lhe permite guiar seguramente os seus passos." António Rosa
Sagitário é regido por Júpiter, o Deus dos Deuses. É o maior planeta do sistema solar e faz a sua revolução em mais ou menos 12 anos, ou seja, passa cerca de um ano em cada signo. Regente de Sagitário e Peixes, Júpiter é um planeta social e representa os valores, princípios, conceitos, crenças, filosofias de vida que nos ajudam a dar um sentido e a sustentar a nossa existência. “Simboliza a energia expansiva assente na crença no futuro, na construção de um mundo melhor, que permita o desenvolvimento das capacidades latentes em cada um. Júpiter simboliza a aspiração da Alma ao mundo dos arquétipos, ao plano da realeza da verdade e dos princípios que, pelo mero facto de serem abstractos, não deixam de ser aplicáveis ao mundo concreto. Um dos aspectos de Júpiter reflecte-se na procura do melhor, não num sentido egocêntrico, mas de uma forma social (…). A ampliação de horizontes mentais é um resultado deste processo: aprendemos a integrar o mundo exterior em nós mesmos e crescemos em termos culturais, filosóficos e anímicos.” (Guia de interpretação Astrológica – Luís Resina).

A energia de Júpiter está ligada à fé, confiança, inspiração, filosofia, religião, ética, sabedoria, optimismo, alegria. Na sua expressão positiva Júpiter é o combustível da esperança, que nos faz acreditar na vida. Na sua expressão negativa, Júpiter é o excesso. Se esta energia não for equilibrada com Saturno (o que nos limita, responsabilidade), então a sua manifestação pode ser indulgente, manifestar-se como um ego inflamado, assente na arrogância, numa atitude dogmática de “a verdade sou eu”, não cumprindo assim o seu propósito de procura de verdade, de sentido, que permita a expansão social.

Muitas vezes conectado com a mente superior que se expande para lá dos limites do mundo material.
“O seu símbolo é constituído pelo semi-círculo e a cruz. O semi-círculo representa a alma e a mente a cruz representa a matéria. No símbolo de Júpiter, o semi-círculo está por cima da linha horizontal (horizonte) da cruz, diferente do que acontece com Saturno que está em baixo (o que quer dizer, simbolicamente submetido à natureza e à matéria) ”. (Stephen Arroyo – Júpiter).

Júpiter representa assim, a Alma e a mente humanas em constante expansão na direcção da totalidade, aprendendo através das experiências na terra.
Personifica a consciência social que nos leva a procurar significado.

A Terra é o regente esotérico de Sagitário e por isso, o propósito que encontramos em Sagitário tem de ser trazido e realizado na Terra de uma forma gemeniana, através de uma comunicação amorosa que chegue ao coração de todos.  União de mente e coração pacificada pela experiência da religação. União possível quando começamos a viagem sabendo que a direcção que tomámos nos leva de volta a Casa. E, aceitando a nossa condição humana, vamos limpando a cortina de pó que nos turva e oculta a visão.

“(…) o “núcleo” da nossa Via Láctea está localizado na constelação de Sagitário. Sabemos que as regiões centrais das galáxias são extremamente densas e brilhantes, como é possível então que o centro de nossa própria galáxia nos pareça invisível? Além do mais como sabemos que ele está lá se não podemos “enxergá-lo”? Acontece que poeira interestelar absorve a maior parte da luz visível que deveria estar chegando até nós - o centro da nossa galáxia está, assim, literalmente oculto por trás dessa cortina de poeira. Caso fosse diferente encontraríamos em Sagitário o “astro” mais brilhante da noite, após a Lua. Sabemos também que, para nossa sorte, os astros não emitem somente luz visível. Pelo contrário, eles varrem o espectro magnético de ponta a ponta! Emitem desde microondas e ondas de rádio até raios X e raios gama. Como ondas eletromagnéticas podem ser absorvidas de maneiras bem distintas dependendo da freqüência podemos tentar enxergar essa região do céu por meio de outras faixas espectrais. (…)”texto do blogue do Observatório UFMG - Brasil

A vida é uma viagem com uma multiplicidade de perspectivas e a maior liberdade reside na escolha da perspectiva sobre a qual viajar. Cada um escolhe o destino e o que o transportará até lá.


“Todo guerreiro já ficou com medo de entrar em combate.
Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro.
Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele.
Todo guerreiro já sofreu por bobagens.
Todo guerreiro já achou que não era guerreiro.
Todo guerreiro já falhou em suas obrigações.
Todo guerreiro já disse "SIM" quando queria dizer "NÃO".
Todo guerreiro já feriu alguém que amava.

 Por isso é um guerreiro; porque passou por estes desafios, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.”


“O guerreiro da luz sabe que, como dizem os tibetanos, “não é preciso uma experiência mística para descobrir que o mundo é bom”. Basta perceber as coisas belas e simples à sua volta.
Quando tem medo, o guerreiro concentra-se nos pequenos milagres da vida diária. Se é capaz de ver o que é belo, é porque traz a beleza dentro de si – já que o mundo é um espelho, e devolve a cada homem o reflexo de seu próprio rosto.
Embora conhecendo seus defeitos e limitações, o guerreiro faz o possível para manter o bom-humor nos momentos de crise. Afinal de contas, o mundo está se esforçando para ajudá-lo, mesmo que tudo à sua volta pareça dizer o contrário.”
-  In  Manual do Guerreiro da Luz – Paulo Coelho


Vera Braz Mendes

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Eclipse Lunar


Eclipse Lunar

 

 

Amanhã, dia 28 de Novembro, teremos um eclipse penumbral da Lua no grau 7 de Gémeos. Um eclipse lunar ocorre por ocasião da lua cheia assim como o eclipse solar por ocasião da lua nova.

No eclipse lunar, Sol, Lua e Terra estão alinhadas entre si. Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra gerada pela Terra, o que na prática resulta apenas numa variação do brilho da Lua.  como explica o Marcelo Dalla no Dalla Blog     

 A Lua, não possuindo luz própria, vai buscar o seu brilho à luz solar. Quando a Terra passa entre os dois astros não deixa que a luz do Sol chegue à Lua. A Lua fica oculta.

Para os antigos, eclipses eram razão para grande temor e sinal de catástrofes. Hoje em dia, embora os eclipses continuem a ser ligados a momentos de crise onde muitas vezes escolhas têm de ser feitas, a nossa percepção mudou e percebemo-los como pontos focais de evolução. E penso que é bem perceptível para todos, o que, individualmente e colectivamente, o eclipse do Sol em Escorpião do passado dia 13 trouxe ao de cima para ser transformado… limpo… finalizado.

Num eclipse lunar a lua, a parte de nós ligada ao inconsciente, às emoções, ao passado, a parte de nós carente que reage em busca de segurança, é apagada. Num eclipse lunar o Sol prevalece sobre a Lua. Simbolicamente, é um momento de pura criação. A ocultação da lua permite criar um estado novo na nossa consciência. Dá-nos a real possibilidade de subirmos degraus na escada do nosso destino. Com a ocultação da Lua é como se a memória não funcionasse permitindo-nos vibrar, durante algum tempo, livres das experiências passadas, livres de padrões que nos sufocam e condicionam o crescimento. Estando a minha memória apagada durante algum tempo, o que ganha força é o presente, o aqui e agora. A Terra, o presente, cobre a lua, o passado, criando e abrindo espaço para ser quem sou, o Sol, futuro. Este apagão lunar possibilita a criação de um estado novo. No momento em que a minha memória se desliga, há também uma série de condicionamentos activados constantemente por ela que são também desligados. Este descondicionamento, em última análise, permite-me Ser Mais. Por isso, do meu ponto de vista, não podemos desligar o eclipse lunar na lua cheia, do solar que o antecedeu na lua nova. Se o eclipse solar traz ao de cima o que não faz mais falta e ali se semeia uma nova possibilidade, na lua cheia, há uma maturação do processo. Assim, com a ocultação da Lua, podemos “limpar” o que o eclipse solar pôs a descoberto.

Como a Juliana Estevez afirmou num seminário sobre eclipses que assisti há uns anos atrás; “Entre a ideia de que tenho que agir para construir o meu destino, ou tenho de aceitar passivamente aquilo que fui e sou e incorporar o que for que a vida me trouxer, entre estas duas polaridades, existe o caminho do meio”. O eclipse lunar é o momento onde existe a possibilidade de integrar de uma forma equilibrada, as forças do Sol e da Lua, integrar forças opostas que muitas vezes provocam conflitos, e percebê-las como forças complementares. Há um confronto entre o passado e o futuro, abrindo real possibilidade para que o presente se cumpra por inteiro, de forma a que todo o potencial se realize num futuro próximo. Alguma “tampa” é retirada dando-me a possibilidade de resolver, dissolver, desconstruir velhas cristalizações, sentimentos e condicionamentos antigos aos quais estou apegada porque me dão segurança mas que impedem a minha evolução. Este processo muitas vezes não é consciente. Muitas vezes também não é um processo tranquilo... não estamos habituados ao descondicionamento e, por outro lado, há quem não saiba lidar com ele. Há pessoas que são mais influenciadas pelo eclipse porque cai num ponto essencial do mapa. As casas onde aparece o eixo Gémeos/Sagitário no nosso mapa vão ser activadas pelo eclipse, assim como planetas que estejam principalmente nos signos mutáveis (Gémeos, Sagitário, Virgem e Peixes).

No eclipse de amanhã, devemos estar atentos a tudo o que passar na nossa mente; insights, decepções, ideias, decisões… sobretudo no que se refere aos nossos valores, crenças e principalmente Propósito de vida e a forma como nos relacionamos e comunicamos, porque vão ser profundamente desenvolvidas nos próximos meses. É como se alguma coisa se revelasse, trazendo algo que é essencial para a integração das energias opostas e por isso complementares. O impulso para novas possibilidades pode guiar-nos e libertar-nos porque o peso da memória, do medo, é ocultado.

E já agora, tenhamos atenção ao que se passou por altura do último eclipse lunar, no eixo Gémeos/Sagitário, no dia 4 de Junho.
 
No mapa do eclipse, a lua aparece em conjunção ao Júpiter e num Yod (Dedo de Deus), fazendo quincúncio ao sextil entre Plutão conjunto a Marte em Capricórnio e Saturno conjunto a Vénus em Escorpião. Este Yod em Ar e Água, parece-me que conduz à integração da polaridade do grau 7 de Gémeos e o grau 7 de Sagitário - Individual/colectivo e também as energias do Ar e Água (água se tivermos em conta o símbolo sabeu do grau 7 de Sagitário que nos fala de sentimento) - Unir o sentimento e a razão. Na verdade, temos os quatro elementos na configuração, se lhe juntarmos o Sol em Sagitário, que está oposto à lua - Lua e Júpiter em Ar, Sol em Fogo, Saturno e Vénus em Água e Marte e Plutão em Terra.  Assim, para além da Lua e de Júpiter em Gémeos, temos também a Terra em Gémeos, visto que a Terra se encontra sempre exactamente no grau oposto áquele onde está o Sol. A Terra é o regente esotérico de Sagitário e por isso, o propósito que encontramos em Sagitário tem de ser trazido e realizado na Terra de uma forma gemeniana, através de uma comunicação amorosa que chegue ao coração de todos. A forma como interpreto esta configuração (yod formado entre Lua, Terra, Vénús, Saturno, Marte e Plutão), acrescentando o Sol em Sagitário, é que, não basta comunicar através de Gémeos a "verdade" de Sagitário. É preciso Ser Verdade e Viver em Verdade e, para isso, precisamos mergulhar e dar uma nova estrutura às nossas águas emocionais. Só assim o medo se dissipa, só assim pode emergir o Poder da Vontade, criando uma sociedade mais justa e amorosa. Será muito difícil transformar as estruturas sociais, romper com os velhos padrões de poder nos quais assentam o mundo como o conhecemos, sem transformar o que leva a buscar poder... status...reconhecimento social. É necessário trabalhar com afinco, rigor, responsabilidade.

Graus Sabeus do Eclipse

 
Lua no grau 7 de Gémeos

 
“Um poço com balde e corda à sombra de majestosas árvores
 
Ideia básica: A fé primordial do Homem no poder sustentador oculto na vida

Em contraste com o ambicioso impulso do Homem moderno, na sua ânsia de poder e riqueza, temos agora a imagem da eterna busca daquilo que se encontra na raiz de todos os processos vivos, isto é a água. Essa busca também requer algum esforço – o de levantar o balde cheio de água -, mas esse esforço é simples e natural, feito à sombra das árvores, que comprovam a presença do liquido doador de vida. Essa presença depende da cooperação do Céu (chuva) e da Terra (formação geológica capaz de reter água), devendo o Homem desenvolver o sentido intuitivo que lhe permita senti-la e torná-la eficaz na sua vida quotidiana. Ele deve sentir a realidade oculta que preserva, para o uso de todos os organismos vivos, essa dádiva do Céu, a chuva abundante.

Neste estágio, o poder das energias colectivas e bioespirituais, que sustentam todas as culturas cujas raízes se acham fincadas na terra, é enfatizado, sendo contrastado com tudo aquilo que a mente tecnológica possa tornar disponível para aumentar o seu próprio conforto, bem como o seu domínio sobre a matéria. O símbolo implica uma CONFIANÇA FUNDAMENTAL NA, E A COOPERAÇÃO COM A, VIDA."

 
Sol no grau 7 de Sagitário

“Cupido bate à porta de um coração humano

Ideia básica: A forte activação dos anseios individuais de amor romântico.

Este símbolo refere-se àquilo que poderíamos denominar iniciação pessoal por meio de um amor ideal. Este, longe de estar vinculado ao valor social, tende a exaltar as características individuais, graças ao facto de glorificar aquilo que parece capaz de atender a necessidades intensas e, com frequência, inconscientes. Um amor dessa espécie é uma projecção das imagens da anima ou do animus, que, num certo sentido, complementam o carácter exterior daquele que ama. Trata-se de um evento subjectivo que tende a trazer àquele que ama uma crise ou caos emocional. Um tal amor frequentemente se torna a-social, se não anti-social, sendo bloqueado ou contido pela sociedade.

O amor carregado de grande intensidade romântica não conhece regras e ignora propósitos colectivos ou ditames da razão. Não obstante, pode trazer ao individuo uma intensidade de sentimento que nenhuma união de grupo é capaz de despertar, pelo menos no nível social ordinário. Está implícito aqui um desafio ao renascimento emocional.”

In Uma Mandala Astrológica – Dane Rudhyar

E hoje, a uma hora do eclipse, venho acrescentar - em relação ao Amor romântico que nos fala o grau 7 de sagitário, sendo Vénus por natureza a "regente" do amor romântico, não nos esqueçamos que no mapa do eclipse, Vénus está em escorpião muito pouco confortável no signo de Marte e pressionada por Saturno. Marte está em capricórino em conjunção a Plutão e ambos regem escorpião, onde está também saturno que rege capricórnio - Há uma recepção mútua. Este amor romântico carregado de intensidade, tem de conhecer as regras de saturno responsabilizando-se assim pela sua acção individual na transformação do social.
 

Nota: Na Enciclopédia Psicológica de Charles E. O. Cárter, os graus 7 de Gémeos e Sagitário relacionam-se com o coração.

 

 

Vera Braz Mendes

sábado, 17 de novembro de 2012

Propósito - A história da Nazaré

Todos precisamos de histórias, histórias reais, de pessoas reais, que nos inspirem. Tantas e tantas pessoas gostaram da história da Nazaré e, por isso, decidi eternizá-la publicando-a no blogue.
 
 
 
 
Hoje vou contar uma história, a história da Nazaré. A Nazaré trabalha na bancada do pão na mercearia aqui ao pé de casa. Eu sou gémeos… gosto de ir à mercearia… e a Nazaré dá-me sempre dois bons dedos de conversa (ou mais, depende dos dias). A Nazaré é especial.
Hoje, lá fui à mercearia de manhã. Quando cheguei, a Nazaré estava a falar com um rapaz e eu tive de esperar um bocadinho. Quando ele se foi embora a Nazaré disse-me: “Veio cá de propósito para me ver! Tem 28 anos e ainda cá vem!”, “Ai é?” perguntei eu (como se não soubesse porquê). “Sim Vera! Eles saem daqui com 17, e muitos, aos 30 ainda cá vêm… vêm apresentar-me as namoradas, as mulheres, os filhos… ou contar-me as novidades… se encontraram emprego… até os carros novos me vêm mostrar! Fico mesmo feliz! Mesmo, mesmo! Nem lhe consigo explicar…”.
Eu explico – A mercearia fica perto da Escola Secundária do Restelo e o melhor é que não vos falte nenhum ingrediente de última hora para o almoço. É que é impossível ir à mercearia à hora de Almoço. Muitos, mas muitos alunos da escola vão almoçar à mercearia e, a essa hora, lá está a Nazaré a fazer sandes de fiambre e de queijo… e a dar uns dedos de conversa. A Nazaré alimenta-lhes a barriga e alimenta-lhes também o coração!
Antes de me ir embora, disse-lhe: “gosta mesmo do que faz, não gosta Nazaré? É mesmo feliz aqui!”. “Sim, gosto mesmo do que faço! Nem imagina a felicidade, a alegria que sinto quando eles me visitam… nem consigo explicar…” disse a Nazaré. “Crio mesmo uma ligação com eles… e eles contam-me os problemas, as dúvidas… e as alegrias... principalmente os rapazes…”.

Esta é a magia da vida quando encontramos um propósito, um sentido naquilo que fazemos… A fazer sandes, ou outra coisa qualquer, quando SOMOS, quando expressamos aquilo que SOMOS no que fazemos, a Alma brilha. E a Nazaré brilha.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dicas práticas para aproveitar o eclipse solar e a energia da Lua Nova

 
 
 





Dicas práticas para aproveitar o eclipse solar e a energia da Lua Nova 

Hoje é dia de Lua Nova e eclipse total do Sol (às 22:07h). O eclipse é uma excelente oportunidade para trazer à consciência as partes de nós que precisam ser transmutadas. É um bom momento para reconhecer, aceitar e “deixar ir” o que já não contribui para crescer - pensamentos, emoções, ressentimentos, comportamentos auto-destrutivos, relações, medos, padrões… - e que continuamos a manter na nossa vida. Que tal pararmos por uns minutos logo à noite e ritualizar o momento? Acendendo uma vela... meditando... orando... escrevendo... . Como o eclipse e lua nova são em escorpião, uma forma simbólica de o fazer, como sugere o João Marcos Cividanes,  é escrevendo uma lista do que necessita ser transformado ou finalizado na nossa vida... encerrando ciclos. Agradecemos o propósito que a experiência teve na nossa vida, afirmamos que já "não precisamos" dela e libertamo-la queimando a lista.
 
Depois de ter aberto “espaço”, aproveitemos então a energia da lua nova. É tempo de formular objectivos, lançar sementes, deixar entrar o novo na àrea de vida (casa astrológica) que abre com escorpião no nosso mapa e em relação aos planetas que trazemos em escorpião. Este é o momento para escolheres quem queres ser!
 
Há variadíssimas formas de formular objectivos, muitas pessoas conhecem os objectivos SMART (específico, mensurável, atingivél, realista e "timed" datado), no entanto, vou deixar-vos algumas chaves para uma boa formulação de objectivos de acordo com a Programação Neuro Linguística.
 
Um objectivo, para ser bem formulado deve ter em conta algumas “regras” e depois deve ser escrito:

1- Expresso de forma positiva e no presente (o que quero especificamente e não o que não quero)

2- Iniciado e mantido por mim – (de que necessito para o realizar (recursos)? O que impede que o atinja agora (limitações)?

3- Demonstrável através dos sentidos (como é que sei que o objectivo está a ser realizado? – O que ouvirei, sentirei e verei quando o objectivo se concretizar

4- Específico e contextualizado (Quando, onde e com quem estou quando o objectivo se realizar)

5- Ecológico, i.e., congruente com os meus valores e com o meu meio ambiente.

(Podemos fazer uma visualização tendo em conta todas estas “regras”)

Nota: devemos também fazer as 4 perguntas clássicas cartesianas para controlar a ecologia do objectivo:

- O que acontece se atingir o objectivo?
- O que não acontece se o atingir?
- O que acontece se o não atingir?
- O que não acontece se o não atingir?

 

DeixoDDdddDeixo aqui algumas afirmações de Louise Hay que podemos usar:

Eu liberto-me de toda a resistência à plena expressão da minha criatividade.

Estou sempre em contacto com minha fonte criativa.

Crio com facilidade quando deixo os meus pensamentos partirem da fonte de amor que é meu coração.

Faço algo novo, ou pelo menos diferente, todos os dias.

Sempre é tempo para expressar a minha criatividade em qualquer área que eu escolher.

Sei que sou capaz de criar milagres na minha vida.

Sinto-me bem quando me expresso das mais variadas formas criativas.

Sou um ser único: especial, criativo e maravilhoso.

Canalizo os meus talentos criativos para qualquer coisa que me dê prazer.

A chave para a criatividade é saber que o meu pensamento cria as minhas experiências. Uso esta chave em todas as áreas da minha vida.

Penso com clareza e expresso-me com facilidade.

Estou a aprender a ser mais criativo a cada dia.

Estou a descobrir talentos que não sabia que possuía.

O Meu trabalho permite que eu expresse os meus talentos e habilidades, e eu gosto de usá-los.

O Meu potencial é ilimitado.

A Minha criatividade inata surpreende-me e encanta-me.

Estou em segurança e realizo-me em tudo o que faço.

A vida nunca está imobilizada, pois cada momento é sempre novo e original.

O Meu coração é o centro da minha força. Sigo meu coração.

Sou uma expressão alegre e criativa da Vida.


Deixo também a ligação para o blogue do Marcelo Dalla, onde encontrarás a Prece Kahuna do Perdão 

(Para saber o significado de um eclipse solar Aqui)



Vera Braz Mendes


 


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Eclipse Solar – Tiro aos Patos

 
Eclipse Solar – Tiro aos Patos
 
 

 

A próxima lua nova e eclipse solar, será no dia 13 de Novembro às 22:07h no grau 22 de Escorpião. O Eclipse poderá ser visto na Austrália e no sul do Oceano Pacífico.

Cada lua nova dá-nos a oportunidade de nos alinharmos com a energia que está a ser libertada. É o início de um novo ciclo e, portanto, uma excelente oportunidade de estabelecermos objectivos de acordo com o que o Céu propõe. Na lua nova, a lua é impregnada pela energia vital solar, por isso, termos consciência do que está a ser proposto pode ser uma mais valia extraordinária.
 
Nesta lua nova há um eclipse total do Sol, ou seja, a Lua fica entre a Terra e o Sol, ocultando o Rei por alguns minutos. Num eclipse solar, deixamos de ver o Sol por alguns momentos, ele é eclipsado pela Lua e, simbolicamente, é como se não nos pudesse guiar, como se por uns momentos a luz nos fugisse. A Lua representa o passado e por isso, é um bom momento para revermos o que temos de deixar para trás, o que não nos faz mais falta e está a servir de entrave para prosseguirmos no Caminho. É um bom momento para contactar com medos escondidos, bloqueios, padrões que nos limitam, no fundo, fazer o trabalho de escorpião – transmutar, alquimizar.

Muitas vezes, um eclipse é um momento difícil e, a sua influência, dependendo do que “eclipsa” no nosso mapa, pode fazer-se sentir por vários meses (depende da duração real do eclipse).

É uma oportunidade para consciencializarmos que, embora não tenhamos o Sol, a luz para nos guiar, temos e teremos sempre um Sol, uma luz interna com a qual podemos entrar em contacto. Um eclipse solar estimula-nos a emanar a nossa própria Luz, aquela que está sempre disponível no nosso interior. Sendo em Escorpião em conjunção ao nódulo norte e estando Saturno em Escorpião, será uma oportunidade de encontrar tesouros escondidos, vivermos o poder da verdadeira Vontade, assumindo responsabilidade pela limpeza e purificação das nossas águas. Um momento para viver a verdade de cada um na certeza que somos apenas uma parte de um Todo e, enquanto parte, temos a essência do Todo.

Na lua nova de Escorpião podemos estabelecer objectivos de acordo com o simbolismo de Escorpião e de acordo com a casa (experiência) que abre com Escorpião no nosso mapa, ou seja, com a parte de nós ou a área de vida que precisa de regeneração.

 

Podem aceder ao texto sobre Escorpião Aqui


Como de costume, deixo-vos o símbolo sabeu para esta lua nova, o grau 22 de Escorpião.

Grau 22 de Escorpião


“Caçadores atirando em patos selvagens

Ideia Básica: A libertação, socialmente aceite, dos instintos agressivos de um indivíduo ou de um grupo.

Este símbolo enfatiza claramente a socialização dos instintos primitivos do homem de acordo com um ritual cultural. A caça social é uma válvula de escape sazonal regulamentada para a agressividade masculina – uma forma de libertar as pressões emocionais acumuladas em seres humanos nos quais as compulsões animais e os valores biosféricos ainda são fortes.

Neste símbolo (…) a sociedade aceita voluntariamente – e ao aceitar, ritualiza e, até certo ponto, refina – a agressividade inerente à maioria dos indivíduos. As palavras-chave são socialização dos instintos”. In Uma Mandala Astrológica – Dane Rudhyar


A pergunta que me apetece fazer é… quem é/são os caçadores e quem é/são os patos? Socializar os instintos não é transmutá-los. E que escapes são utilizados num tempo como o que vivemos hoje? Um tempo de crise profunda em todos como sociedade e em cada um. Que escapes servem para libertar as pressões emocionais acumuladas? Na Europa vemos uma panela de pressão quase a rebentar… emoções acumuladas a terem como escape manifestações anti-governo cada vez mais agressivas… Será assim? Ou será que a “cura” vem pela capacidade que cada um de nós tem, ou não, de assumir a responsabilidade pela sua própria cura, da sua auto-cura, responsabilidade pela transmutação das águas escorpiónicas, aceitando o Todo na parte. Como na história Cherokee do lobo preto e do lobo branco, será que compreendemos que existem duas grandes forças dentro de nós e se respeitarmos ambas igualmente haverá paz, integração? e que "Um homem que tem paz dentro de si tem tudo. Um homem dividido pela guerra em seu íntimo não tem nada. Tu és um jovem que precisa escolher como vai lidar com as forças opostas que vivem no teu interior. A tua decisão determinará a qualidade do resto da tua vida. E quando um dos lobos precisar de atenção especial, o que acontecerá às vezes, não terás do que te envergonhar; poderás simplesmente admitir isso para os anciãos e conseguirás a ajuda que precisas. Quando isso for de conhecimento público, aqueles que já travaram essa mesma batalha podem oferecer-te a sua sabedoria". Não reconhecer, aceitar, integrar o lobo preto, faz com que o seu poder aumente e apareça descontrolado, faminto causando destruição.

 

 

Vera Braz Mendes

 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Luz e Sombra

Luz e Sombra


Depois do texto sobre Escorpião e com o eclipse a aproximar-se, nada melhor do que recuperar esta metáfora que postei há alguns meses

 
 
 
 
“Cativado pela história do ancião sobre essa grande batalha interior, o menino puxou a tanga do avô e perguntou, ansioso, "Qual dos dois lobos vence" E com um sorriso cheio de sabedoria e uma voz firme e forte, o cacique diz, "Os dois, filho. Se eu escolho alimentar só o lobo branco, o preto ficará à espreita, esperando o momento em que eu sair do equilíbrio ou ficar ocupado demais para prestar atenção às minhas responsabilidades, e então atacará o lobo branco e causará muitos problemas para mim e para a nossa tribo. Ele viverá sempre com raiva e lutará para atrair a atenção pela qual tanto anseia. Mas, se eu der também atenção ao lobo preto, compreendendo a sua natureza, se reconhecê-lo como a força poderosa que ele é e deixá-lo saber que eu o respeito pelo seu carácter e o usarei para me ajudar se um dia eu ou a tribo estivermos em apuros, ele ficará feliz, e o lobo branco ficará feliz também, e ambos vencerão. Todos venceremos".

Sem entender muito bem, o menino perguntou, "Não entendi. Como é que os dois lobos podem ganhar?"

O cacique continuou a explicação: "filho, o lobo preto tem muitas qualidades importantes que eu posso precisar, dependendo das circunstâncias. Ele é determinado, e não se deixará subjugar nem por um segundo. Ele é inteligente, astuto e capaz dos pensamentos e estratégias mais tortuosos, o que é importante em tempos de guerra. Ele tem os sentidos aguçados e superiores que só aqueles que olham através da escuridão podem apreciar. No meio de um ataque, ele poderia ser o nosso maior aliado".

O cacique então tirou da sua bolsa alguns pedaços de carne e colocou-os no chão, um à direita e o outro à esquerda. Ele apontou para a carne e disse, "À minha esquerda está a comida para o lobo branco e à minha direita está a comida para o lobo preto. Se eu optar por alimentar os dois, eles não lutarão mais pela minha atenção, e eu poderei utilizar cada um deles como precisar. E como não haverá guerra entre eles, poderei ouvir a voz da minha sabedoria profunda e escolher qual dos dois me pode ajudar melhor em cada circunstância. Se a tua avó quer uma carne para fazer uma refeição especial e eu não cuidei disso como deveria, posso pedir para o lobo branco me emprestar a sua magia e consolar o lobo preto da sua avó, que estará zangada e faminta. O lobo branco sempre sabe o que dizer e me ajudará a ser mais sensível às necessidades dela”.

“Se compreenderes que existem duas grandes forças dentro de ti e respeitar ambas igualmente, as duas ganharão e haverá paz. A paz, meu filho, é a missão dos Cherokee — o propósito supremo da vida. Um homem que tem paz dentro de si tem tudo. Um homem dividido pela guerra em seu íntimo não tem nada. Tu és um jovem que precisa escolher como vai lidar com as forças opostas que vivem no teu interior. A tua decisão determinará a qualidade do resto da tua vida. E quando um dos lobos precisar de atenção especial, o que acontecerá às vezes, não terás do que te envergonhar; poderás simplesmente admitir isso para os anciãos e conseguirás a ajuda que precisas. Quando isso for de conhecimento público, aqueles que já travaram essa mesma batalha podem oferecer-te a sua sabedoria".

 

Luz e sombra.
 
 
Vera Braz Mendes

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Escorpião


Escorpião

 

“… E era de manhã quando Deus parou diante das suas doze crianças e em cada uma delas plantou a semente da vida humana. Uma por uma, dirigiram-se a Ele para receber a sua dádiva. (…)

A ti Escorpião, dou uma tarefa muito difícil. Terás a habilidade de conhecer a mente dos homens mas não permito que fales sobre o que aprenderes. Muitas vezes serás magoado pelo que vês e em tua dor te afastarás de Mim, e te esquecerás de que não sou Eu, mas a perversão da Minha Ideia que causa a tua dor. Terás tanto do homem, que chegarás a conhecê-lo como animal, e lutarás tanto com o teu instinto animal dentro de ti, que perderás o teu caminho; mas quando tu finalmente voltares para Mim, Escorpião, eu terei para ti a suprema dádiva do Propósito. E Escorpião voltou ao seu lugar.”

In Os Nódulos Lunares – Martin Schulman

 

Escorpião, signo de água, é o oitavo do zodíaco. Signo fixo, concentra através da água o ar libertado em Balança e cuja distribuição será feita pelo fogo de Sagitário. Depois da relação, do equilíbrio, do “casamento” em Balança, é necessário aprofundar, “entrar na intimidade do quarto” onde as paixões, os jogos de poder, o que está oculto é vivido intensamente e nos levam ao confronto connosco. É necessário entrar nas águas emocionais e integrá-las. Escorpião simboliza o lado profundo, transformador, regenerador da vida. O que está reprimido, escondido, oculto – o tabu. Escorpião é penetrante, magnético, procura fusão e, por isso, a sua ligação com o sexo - o canal perfeito para libertar energia reprimida, estagnada, primitiva… mas também simbolizando transcendência... do Eu. A fusão implica entrega. Como dizem os franceses “petite mort” – experiência de transcendência pouco depois do pico do orgasmo.

Escorpião é regido por Marte e Plutão. “Plutão, co-regente de Escorpião, é o deus do infra mundo, a carga subterrânea das origens ainda presente em cada um de nós. Força animal, cega, irracional, traduz-se em luta pela posse e pela sobrevivência. Marte, co-regente de Escorpião, mostra-nos o impulso activo, o desejo, tendencialmente obstinado, intenso, de uma agressividade introvertida, elevada à máxima potência pelo poder abissal de signo.

A Casa 8 pertence a Escorpião e é a 2ª Casa cármica, em que o Eu se confronta com a prisão obscura do seu próprio passado. Obriga a exorcizar antigos medos. É a carga psíquica e instintiva condicionada pelo desejo. É a vida sentida como obsessão de sobrevivência. O Signo e os Planetas que se situam na Casa VIII agem pressionados por memórias irracionais de mal-estar inconsciente. Afirmam-se frente aos outros através de uma qualquer forma de poder: material, sexual, ou psíquico. A Casa 8 é uma área de regeneração, de transformação interior, por isso é chamada a Casa da Morte". Por António Rosa noseu Blogue Cova do Urso

 
Mal fadado, incompreendido, certamente mal amado, não simbolizasse ele, o Escorpião, a Hidra, monstro de nove cabeças que vive escondido nas águas escuras, nas areias movediças do nosso inconsciente. Á espreita, sempre à espreita… Na sombra alimenta-se do medo, dos dejectos psíquicos, da nossa própria imperfeita natureza humana. Hidra, monstro, Ego, corpo de desejo, corpo de dor… tantos nomes que afinal correspondem tão só e apenas a uma ilusória necessidade humana - luta pela sobrevivência que nos impele a fugir das sombras ou a viver nelas. Luta contra a inevitabilidade da rendição ao poder da vontade da Alma. Rendição que, simbolicamente, acontece no oitavo signo, na oitava casa, na Porta Oculta do Escorpião. Depois da morte, há sempre renascimento. Como Fénix, o Ego morre e, como tudo na vida, renasce das cinzas para se colocar ao serviço da Alma. Até lá, tarefa difícil a de trazer à consciência, iluminar um inimigo tão poderoso. Como na história de Hércules, cortamos uma cabeça à Hidra e no seu lugar nascem duas. Enquanto Hércules lutou com a Hidra dentro de água não a dominou. Foi então que se lembrou das palavras do seu mestre: elevamo-nos quando nos ajoelhamos e triunfamos quando nos rendemos. Hércules ajoelhou-se, tirou o monstro da água e ergueu-o no ar. Retirou-lhe a força e venceu. Uma das cabeças da Hidra era imortal e continha uma jóia que Hércules enterrou. Nenhum problema, nenhuma sombra é integrada no nível em que aparece, é preciso subir de nível. O reconhecimento da nossa Hidra, a sua transmutação, são a verdadeira alquimia - a jóia – Poder da Vontade centrada, canalizada conscientemente na construção do Caminho.

 
O processo de Escorpião é a própria vida, está sempre a acontecer. Olhemos para o exemplo da Águia que quando envelhece o bico curva, as penas ficam espessas e as asas pesam, as garras ficam flexíveis e sem capacidade de segurar as presas. Algumas esperam a morte, mas outras tomam uma decisão dolorosamente difícil: voam para o alto de uma montanha e começam um processo de 150 dias de destruição, morte -  arrancam o bico e depois de nascer outro arrancam as garras, para depois, tirarem as penas, uma a uma, esperando a nova plumagem. Ao fim dos 150 dias renascem e fazem o seu “voo de renovação”. Depois de um processo doloroso de transformação, voltam ao seu habitat mais fortes e prontas para viver mais 40 anos.

Todos temos no caminho este processo, metamorfose constante, morte e renascimento. A casa 8 de um Mapa Natal, os planetas que trazemos em Escorpião e a casa que abre com Escorpião é o que em nós tem de morrer para renascer. “Pela Lei da Polaridade Universal, só quando duas forças chegam à fase de oposição podem virar no seu contrário. Só no fundo do túnel se vê a luz. Esta é a sabedoria do Escorpião” (António Rosa). No Homem, nas plantas, nos animais, é a permanência da impermanência, e como dizia Lavoizier “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

 

“Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. E lembra-te :

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão” Fernando Pessoa

 

Frases de Escorpião


Personalidade “Que a raia floresça e a decepção governe”


Alma “Eu sou guerreiro e saio triunfante da batalha”




Vera Braz Mendes

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eu e a Astrologia


Eu e a Astrologia





Muitas pessoas ainda percepcionam a astrologia como uma forma de predizer acontecimentos, como uma ferramenta disponível para “controlar” a vida ou, pelo menos, torná-la menos imprevisível. Todos temos necessidade de segurança, de certeza… necessidade de ter um senso de permanência. Historicamente e, ainda para muitos, a Astrologia servia para preencher estas necessidades. O desenvolvimento do Ser Humano e o desenvolvimento da sua complexidade psicológica fez com que, pelo menos do meu ponto de vista, não seja mais possível continuar a percepcionar a Astrologia desta forma limitadora. Se até há pouco tempo um homem nascia e vivia dentro dos limites ambientais e sociais, hoje já não é bem assim. Até há pouco tempo era fácil predizer acontecimentos – nascias escravo, escravo serias. Nunca o símbolo teve tanto poder como hoje. O símbolo ajuda-nos a percepcionar padrões, não acontecimentos… e os padrões podem tomar uma multiplicidade de formas. Ficar retido na forma limita a aprendizagem. Integrar e harmonizar o padrão potencia a liberdade. O símbolo é o meio que nos pode transportar para a maior viagem da nossa vida - o encontro connosco, o caminho para o inteiro. O ambiente e a sociedade podem ainda ter um papel limitador importante na nossa vida, mas ganhámos a liberdade da escolha. Para muitos esta liberdade ainda não é completamente consciente e, por isso, procuram no exterior realização. Procuram transformar o ambiente, as condições sociais… Procuram através do ter, alimentar a semente que está plantada em cada um de nós e que cada vez mais grita por fogo, ar, terra e água – a semente que nos leva à procura de Sentido, Propósito. Todos Somos e a Astrologia é uma linguagem que nos possibilita descobrir o que está a impedir, o que está a tapar e bloquear o que Somos. O auto-conhecimento possibilitado pela linguagem astrológica abre-nos um verdadeiro caminho de individuação, um verdadeiro caminho que nos possibilita ir no sentido da totalidade.

Hoje, há cada vez mais pessoas que procuram no desenvolvimento pessoal, no auto-conhecimento, um “caminho” que lhes traga respostas no sentido de encontrarem um significado, um propósito maior para a sua existência. Ver o Universo como uma ordem inteligente e ver a vida de cada um de nós com um propósito evolutivo dentro dessa ordem, abre-nos, de facto, possibilidades infinitas dentro do caos aparente do dia a dia. Nós mudámos e a Astrologia também.


“Carl Gustav Jung mostrou, além de qualquer dúvida, que os principais agentes motivadores da vida, presentes na psique individual, e os padrões psicológicos globais, presentes em culturas inteiras, são factores arquetípicos na psique humana. Esses arquétipos são essenciais na camada psicológica da vida.

Jung descreve os arquétipos como princípios universais que são a base e a motivação de toda a vida psicológica, individual e colectiva.

Tanto na Astrologia como na mitologia, esses princípios universais constituem o principal campo de estudo, sendo que a diferença entre elas está no facto de que a mitologia dá ênfase às manifestações culturais dos arquétipos, em vários planos. Enquanto a astrologia utiliza, como sua linguagem, os próprios princípios arquetípicos essenciais, para poder compreender as forças e as configurações fundamentais presentes tanto na vida individual quanto cultural.

Em qualquer cultura, o mito serve, idealmente, como uma força vitalizante, porque mostra o relacionamento do homem com uma realidade maior, mais universal.

Os Deuses da mitologia (exactamente como os planetas da astrologia) representam forças e princípios vivos existentes no universo e na vida de cada um de nós” – In Astrologia, psicologia e os quatro elementos – Stephen Arroyo


"... tenho uma afectuosa consideração pelos astrólogos que lutam para estabelecer a astrologia sobre bases mais seguras e confiáveis, através de técnicas "científicas"; e, em especial, por aqueles que se propõem a "repensar a astrologia" em termos de conceitos mais filosóficos e harmónicos. A minha única meta ao propor esta abordagem "humanista" foi enfrentar as actuais tendências à despersonalização que tanto ameaça a nossa civilização ocidental, bem como situar a pessoa humana no lugar que lhe é devido na astrologia; isto é, bem no âmago das suas preocupações. Eu me interesso por pessoas, não por um sistema ou profissão – pessoas que vivem e se esforçam no sentido de realizar a totalidade do seu potencial de Ser, AGORA” – Dane Rudhyar Astrologia Tradicional e Astrologia Humanista.


Estou neste momento a estruturar um Curso de Introdução à Astrologia... Que tipo de Astrologia quero ensinar? Tradicional… psicológica… transpessoal…? Como o Rudhyar escreveu tão sabiamente, eu interesso-me por pessoas que vivem e se esforçam no sentido de realizar a totalidade do seu potencial de Ser, AGORA. Eu sou tudo o que sou… o que aprendi, vivi, experimentei… o que sei e não sei... o que integrei e não integrei... e é esse tudo que Eu Sou que está Presente. Sempre!


 
 
Vera Braz Mendes
 
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Balança - Espelho mágico


 
 
E chegámos a Balança (Libra). Signo cardeal, do elemento Ar e regido por Vénus, ocupa a sétima casa no Zodíaco natural, casa exactamente oposta à primeira, o Ascendente, representado por Carneiro. Se Carneiro e a primeira casa representam o Sol nascente, a força do impulso do romper do dia, toda a energia, vitalidade, possibilidade que cada novo alvorecer traz, Libra e a sétima casa, representam o Sol poente e todos os ensinamentos da experiência concreta vivida. Como já escrevi anteriormente, quando pensamos em Balança pensamos em justiça, parceria, relação a dois, relações sociais… Arte. É a busca da harmonia, do equilíbrio. Na justiça, na arte ou nos relacionamentos buscamos harmonia, buscamos proporção – a proporção dourada. Num mundo caracterizado pela perda de Unidade a que a própria condição da encarnação obriga, num mundo caracterizado por opostos, buscamos no outro complementaridade… na maioria das vezes buscamos o preenchimento que vem da carência de não sermos capazes de nos dar Amor. Procuramos assim, alguém que nos dê amor, segurança, estrutura, alimento, felicidade e até... identidade. Passamos para alguém a responsabilidade de nos dar aquilo que em nós não somos capazes de encontrar. Raramente pensamos no que levamos para um relacionamento… mas sabemos o que esperamos dele.

Simbolicamente, é em Balança que, depois de termos percorrido os primeiros seis signos do zodíaco, estamos prontos para nos relacionarmos com o outro, atraindo através da relação o que desenvolvemos, valorizamos, integrámos, criámos nos cinco primeiros signos. É a aprendizagem dos e nos relacionamentos. É a vivência do espelhamento – é-nos devolvido através da projecção, quem também somos e não sabemos ou não queremos saber. E, por isso, a maioria das vezes os relacionamentos são um campo fértil de desafios que nos possibilitam viver as maiores aprendizagens. E porque não aprendemos a relacionarmo-nos connosco, porque não aceitamos ou ocultamos partes de nós, porque não nos amamos, cruzamo-nos nos relacionamentos com as nossas maiores sombras. Ao longo do percurso deixamos que demasiadas sombras tapem a nossa luz. E tudo aquilo que não somos capazes de aceitar como uma parte nós, acaba por ganhar demasiada importância e começa a espreitar em cada esquina, em cada relação. Carl Jung afirmou; “Uma pessoa não se torna iluminada a imaginar figurinhas de luz. Uma pessoa torna-se iluminada ao tornar a escuridão consciente”. Este tornar a escuridão consciente é darmo-nos a nós próprios a oportunidade de levar luz à nossa escuridão, em vez de nos identificarmos com ela ou fingirmos que não existe. Tudo é energia e a nossa energia magnetiza a nossa experiência – atraímos experiências da mesma qualidade energética que emitimos. Os relacionamentos objectivam a nossa própria subjectividade, o que temos de aprender, ensinar, transmutar. Enquanto não nos colocarmos no lado da causa, jamais mudaremos os efeitos… e a dor, frustração, desilusão, estarão sempre presentes.

 Em Balança temos de decidir… pelo caminho do meio. Caminho do meio que sai dos extremos do “eu” e do “outro”, sozinho (Carneiro) ou fundamentado por alguém (Balança). Não somos nós ou os outros, somos nós e os outros. Costumo dizer que uma relação é como um filho – não é o pai ou a mãe, é uma outra entidade que se criou a partir de, e que é mais que. É aqui que entra Úrano como regente da Alma. Úrano vem trazer a tónica da liberdade. Quando duas pessoas se relacionam em liberdade, há uma ampliação relacional. São companheiras de caminho – cada um É individualizado (e não individualista) dentro da relação, cada um tem o seu caminho de volta à Unidade e a relação promove crescimento consciente a ambos. É por isso que Balança é tantas vezes conotada com a indecisão, com a eterna permanência “em cima do muro”. Tem consciência da Alma, de Úrano, mas para se equilibrar precisa da forma. O medo de perder, de estar sozinha, fá-la perder-se num relacionamento, fá-la precisar de um relacionamento para Ser, fá-la acreditar que a sua identidade depende de estar com alguém. Com Carneiro tem de aprender a decidir, a agir… a sair de cima do muro.

Há uns meses escrevi “(…) Em todos nós vive uma criança formada a partir das memórias das nossas vivências pessoais. É a nossa criança interior. No fundo, a criança interior representa a forma como percepcionámos o mundo, como recebemos o mundo. A criança interior é aquela que ficou registada no nosso inconsciente a partir da nossa memória das vivências pessoais. Todos queríamos ser especiais para as pessoas que amávamos. Todos queríamos colo. Todos queríamos protecção. E há aqueles que tiveram e nunca chegava, queriam sempre mais. E há aqueles que pouco ou nada tiveram e habituaram-se a isso, como se não merecessem. Muitas vezes, não tem a ver com aquilo que nos foi dado, tem a ver com a maneira como por nós foi recebido e o que fazemos com isso, de que forma é que utilizamos as experiências para alavancar a vida. Todos somos humanos, ninguém teve pais perfeitos, andou numa escola perfeita ou se relacionou com seres perfeitos. De uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, muitos sentiram-se mal-amados, negligenciados, ou excessivamente criticados, ou rigidamente disciplinados, ou superprotegidos ou…ou...ou. .
 
Os aspectos vulneráveis e carentes da criança que fomos um dia levam-nos a desenvolver maneiras de nos protegermos e compensar necessidades que não foram preenchidas. Nós crescemos, tornamo-nos adultos, mas essa criança com necessidades não preenchidas continua lá, não cresce. E é essa criança ferida que aparece em muitos momentos da nossa vida, em muitos relacionamentos. O mundo é um espelho. Quando estamos num relacionamento que nos devolve uma imagem de nós distorcida e pequenina, a pergunta não é “ porque é que a outra pessoa faz isto?” A pergunta é “o que é que me leva a estar com uma pessoa que me diminui e distorce o tamanho?” As respostas vão ser variadas. Não há boas ou más respostas.

É preciso validar a nossa criança interior, é preciso validar a sua dor para podermos encontrar a sua alegria, a sua criatividade, todo o seu potencial. É preciso encontrar a nossa criança Divina. Acredito que é absolutamente necessário amá-la. É aqui que encontramos o Amor Maior, dentro de nós próprios. Amarmo-nos, aceitarmos toda a nossa luz e toda a nossa escuridão, é sem dúvida o maior Amor de todos. E esta aceitação abre espaço para sermos o que viemos para Ser.”

 
Quando somos o que viemos para Ser, estamos no caminho do Amor.

 

Deixo um texto de uma amiga, a Cristina Leal, que faz um excelente trabalho na área dos relacionamentos. Fica aqui também a ligação para o seu blog Entre Nós
 

“A Magia da Reciprocidade

 
Não detenho fórmulas, antídotos ou receitas do “bem” e do “mal” amar, sei no entanto que parte da minha vida foi enredada em desamores que por medo e ilusão de segurança, queria manter a todo o custo.

Apesar de saber a cada inspiração que nada me acrescentavam, hoje, distanciada percebo que fizeram parte da aprendizagem a que o Amor, de uma ou de outra forma a todos submete.

Costumo afirmar com alguma certeza que esta é uma dura aprendizagem. Na maioria dos casos, obriga-nos a andar descalços de relação em relação, tornando nossos os fragmentos do outro e oferecendo-lhe os nossos, convencidos que a junção de ambas as fragmentações nos tornará inteiros.

Entre mentiras e distorções, está escondidinho o Amor, fechado no ‘útero-da-nossa-essência’ , onde ainda não amadureceu o suficiente para ser por nós parido. E, este é o tempo onde batemos verdadeiros records na arte de viver relações individualistas (não disse individualizadas, ok?), desprovidas de qualquer tipo de reciprocidade.

O que é então reciprocidade?

Este tema foi tratado pelo filósofo Hegel, no início do séc. XIX, que considerava a reciprocidade como o “tipo de relação entre dois termos que permite a cada um deles ser efetivamente ele próprio, conservar a sua identidade”.

Poderíamos até ficar ‘só’ por aqui, mas a magia da reciprocidade, reside não só em “conservar a nossa identidade” em relação, mas também em ousar partilhá-la genuinamente com o outro.

Reside em respeitar o que é mútuo, sem qualquer obrigação, fazendo-o naturalmente a partir da vontade voluntária de construir a dois Verdade, Confiança e transparência.

Reside em respeitar a liberdade de cada UM, respeitando as suas escolhas.

Reside em interessar-se verdadeiramente pelo outro, abrindo espaço em si para acolhê-lo sem reservas.    

Reside em Amar, sentindo-se amado.

Em respeitar, sentindo-se respeitado.

Em mimar, sentindo-se mimado.

Em escutar, sentindo-se escutado.

Em tocar para além da pele e sentir-se tocado também.

Reside na certeza que podemos criar relações saudáveis, frescas, arejadas, inalando a cada inspiração o perfume dos laços profundos e indestrutíveis   que a só a reciprocidade a dois tem a magia de saber manter nesta longa aprendizagem que é a VIDA e o AMOR. “

 
Frases de Balança:

Personalidade: "Que se faça a Escolha"

Alma: "Eu elejo o caminho que conduz a duas grandes linhas de força".
 

Vera Braz Mendes       

 

 

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Quando oferecemos amor, recebemos amor".

 
 
 
 
"Quando oferecemos amor, recebemos amor" - Foram estas as palavras da rapariga que se tornou um símbolo da mobilização de 15 de Setembro. No passado tivemos cravos como símbolo, agora temos abraços.
 

Hoje, quando lia alguns textos sobre a quadratura Plutão/Úrano, sobre o tempo que vivemos, sobre a profunda transformação que todos estamos a passar, lembrei-me de Vénus. Lembrei-me do aspecto que Vénus fez ao Sol no dia 5 e 6 de Junho. Lembrei-me do Amor no Coração do Sol, texto que escrevi sobre esse aspecto maravilhoso de Vénus. O texto mais lido e partilhado neste blogue. Na verdade, tudo passa tão rápido que a maioria de nós já se esqueceu do mês de Junho… já está bem longe. Muito se escreveu na altura sobre Vénus Cazimi. O acontecimento astronómico teve até direito a ser visto em directo através da NASA. Noticiários, facebook, não se falava de outra coisa…

Fenómeno raro e cuja especialidade todos intuímos como alguma coisa muito boa. Meditámos, acreditámos… a caixa de Pandora abriu-se e, de novo, a esperança despertou.

Hoje, enquanto lia alguns textos sobre o momento que vivemos, vi a fotografia da jovem a abraçar um polícia durante a manifestação de 15 de Setembro. Lembrei-me de Vénus, do artigo e fui reler. O Universo é mágico, simplesmente É!

Nesse transito de Vénus ao Sol alguma coisa finalizou (fechou-se um pentagrama) e alguma coisa iniciou. Não é incrível que o símbolo mais partilhado da manifestação seja uma foto com uma mensagem de Amor? Não é incrível que possamos ver na manifestação os símbolos sabeus do grau 16 e 17 de Gémeos (graus do aspecto de Vénus ao Sol do dia 6 de Junho) - o arquétipo de Gémeos, o dois, a consciência e instintos… amor e medo…, tendo prevalecido o Amor? Passado  -  revolta, agressividade, conflito - e Presente e Futuro - AMOR. Não é MÁGICO? 

Se no passado tivémos cravos como simbolo, agora temos abraços. Portugal, os portugueses são mágicos  e a magia está nas escolhas que fazemos como Seres. Penso que já fizémos a nossa.
 
Deixo-vos parte do artigo que escrevi no final de Maio aqui e podem lê-lo na íntegra neste
 
link
 
Este é realmente um trânsito especial de Vénus. Se olharmos para o símbolo sabeu do grau onde Vénus se encontra no coração do Sol, consciencializamos a grandeza do significado. E nele, no símbolo, encontro o significado também do completar da estrela de cinco pontas. Para Pitágoras, o pentagrama era considerado o símbolo da perfeição. Assim, quando o pentagrama se fecha no momento em que Vénus se junta ao Sol, é um momento de perfeição Divina. Para os pitagóricos a estrela representa a sabedoria e o conhecimento. A Estrela de cinco pontas é também um símbolo que designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma. A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas. As cinco pontas da Estrela lembram ainda os cinco sentidos que estabelecem uma ponte para a comunicação da alma com o mundo material. É um momento significativo para todos e especialmente para quem tem energias perto do grau 16 dos signos mutáveis (gémeos, virgem, sagitário e peixes) e também em Balança e Aquário (trigono) e Carneiro e Leão (sextil). Espero que seja um momento profundo, para mim também, que tenho o Sol a 17 de Gémeos.

No Símbolo sabeu do grau 16 está presente a necessidade de exteriorizar o conhecimento, a sabedoria… levar consciência aos que ainda não despertaram. Apesar dos aspectos tensos que vamos ter e temos tido no Céu, e apesar do símbolo poder sugerir contestação social, acredito, ainda assim, que impregnar o Rei (Sol, autoridade) em cada um de nós com o Amor de Vénus em Gémeos, disponibilizando sabedoria e conhecimento a todos, permitirá que acordemos e nos expressemos de uma forma venusiana para que a velha ordem de poder seja substituída por uma mais justa, harmoniosa, amorosa. O símbolo do grau 17, sugere e reforça uma transformação por meio da proliferação de conhecimentos de uma forma calma e consistente. Os dois símbolos representam de alguma forma o arquétipo geminiano, o dois, os dois lados sempre presentes - um lado instintivo e outro consciente. Será, creio eu, uma oportunidade de síntese. Uma elevação de nível de consciência, só possível através do Amor.”

 

 


Vera Braz Mendes