A partir de 19 de Setembro
teremos a segunda das sete quadraturas entre Úrano e Plutão que ocorrem entre
2012 e 2015.
Com Marte em Escorpião, Plutão a
retomar o movimento directo e Saturno a finalizar a sua estadia em Balança,
transitando também para escorpião no dia 6 de Outubro, temos as condições para
um “Outono quente”. Este ano, Outono antecipado, se olharmos para os
acontecimentos políticos da semana passada e, pela primeira vez, a resposta inequívoca
da sociedade, das pessoas, no dia da Lua Nova de Virgem. E foi uma resposta da sociedade civil ao apelo da mudança, da transformação, onde não se viu uma bandeira partidária, onde não se viram ou ouviram os normais slogans sindicais. Plutão e Úrano estarão
de novo em quadratura exacta no céu a partir de dia 19 de Setembro - não nos
esqueçamos que haverá nova mobilização popular no dia 21.
Como já escrevi anteriormente, as
nossas estruturas de poder, quer político, quer económico, quer social, fazem
parte de um velho pressuposto, um velho barco cujo casco com rombos enormes,
tenta ser salvo desesperadamente por alguns que tentam tapá-los … com
pastilhas elásticas... e já nos doem os maxilares de tantas pastilhas mascarmos
para taparmos o que precisa urgentemente ser desnudado. A necessidade de
mudança, aliás, o apelo que cada um de nós sente pela transformação, mais ou
menos consciente, é vivido por cada um e por todos das mais variadas formas. Esta
quadratura (o primeiro aspecto exacto foi na semana de 24 Junho 2012)
representa a tensão e o embate de duas forças poderosas; Úrano em Carneiro -
impulso renovador e revolucionário, a aceleração, a urgente necessidade de
mudanças, a necessidade de integração de novos arquétipos. Plutão em
Capricórnio - necessidade de regeneração da velha ordem de poder, das
estruturas que não servem mais e que são incapazes de trazer evolução, quer
sejam económicas, políticas ou sociais.
Como é hábito, deixo um olhar do
que se passa no Céu e na Terra à luz dos Símbolos Sabeus do livro Uma Mandala Astrológica de Dane Rudhyar. No entanto, deixo-vos uma pequena introdução aos símbolos através de parágrafos que tomei a liberdade de escolher do mesmo livro.
“O Zodíaco como um todo constitui
uma mandala. Há mandalas temporais, assim como espaciais. O ciclo de
transformação estudado neste livro é uma mandala temporal. Tem ritmo, bem como
forma. Toda a língua/linguagem e, em particular, todo poema, também tem ritmo e
forma. Os 360 símbolos sabeus são palavras de um vasto poema cósmico cujo
significado transcende as imagens, frequentemente banais, visualizadas pelo
clarividente. (…)
A experiência humana configura-se
como essencialmente ciclíca e se desdobra de acordo com princípios de carácter
estrutural. Por mais variadas que possam afigurar-se, as experiências dos
homens se encontram, não obstante, dentro dos limites de uma série daquilo que
se poderia denominar significados “arquetípicos”. (…)
Mais uma vez, isso não significa
que a pessoa não possa experimentar uma grande variedade de eventos. Ela pode
ter muitos pensamentos e experiências. Mas experimentar eventos é uma coisa;
obter deles significados de cunho vital e criativo é outra. O que importa,
espiritualmente falando, é a colheita de significados que a pessoa é capaz de
fazer a partir dessas múltiplas e variadas experiências. Por esta razão, uma
vida eivada de eventos não é necessariamente a vida mais rica em significados (…).
Em termos genéricos, o homem é
organicamente limitado; na qualidade de individuo livre e criativo, contudo,
ele pode romper o “círculo da natureza além do qual não se pode passar” e
tornar-se parte actuante no interior de um organismo mais amplo, ficando, por
conseguinte, vitalizado pelo poder dessa vida mais ampla. Em termos genéricos,
colectivos e culturais, a pessoa tem, aberto diante de si, um dado conjunto de
significados, que se destina a ser por ela incorporados na sua experiência
real. A série de símbolos pictoriais do I Ching chinês, bem como a série de 360
símbolos sabeus remetem precisamente a esse “conjunto de significados” –
condicionado por factores colectivos e controlado pelo Inconsciente colectivo
da raça e cultura dos indivíduos.
(…) O importante reside no facto
da série de símbolos dever trazer ordem e significado a algo que, com muita
frequência, parece uma confusa e caótica sequência de eventos vitais, mediante
a revelação do significado, qualidade, direcção e propósito de toda a situação
desconcertante com que o consulente pareça incapaz de lidar com sucesso por
meio de julgamentos racionais. (…)”.
Símbolos Sabeus da segunda
quadratura (Úrano a 7 Carneiro e Plutão
a 7 de Capricórnio)
Úrano - 7º Carneiro
“Um Homem logra expressar-se
simultaneamente em dois reinos”
Ideia Básica: A primeira
compreensão da natureza dual do Homem e das possibilidades que implica.
Este símbolo representa a antítese
da tese ilustrada na Fase 6; no entanto, vemos, numa tal sequência de 5 fases,
contraste, e não oposição. A unilateralidade primordial da manifestação
emocional e cultural exige, com efeito, a capacidade compensatória de operar em
dois níveis. Daí advém o dualismo primário Céu-Terra, divino-humano, espírito-matéria.
A visão e as emoções são focalizadas no interior de fronteiras rigorosamente
definidas, mas no interior dessas fronteiras, elas se expressam em dois níveis.
Trata-se do fundamento da religião, assim como da magia.
Uma situação caracterizada por
este símbolo pode ser enfrentada com sucesso se as suas implicações materiais e
espirituais forem compreendias e actualizadas.
Neste segundo estágio da segunda
sequência de cinco estágios, vemos em acção a capacidade do homem no sentido de
viver duas vidas distintas – e de encontrar realização e alegria nas duas. Dessa
capacidade advêm muitas das complexidades que a natureza humana apresenta.”
Plutão – 7 Capricórnio
“Um profeta envolto num véu,
tomado pelo poder de um Deus, fala.
Ideia básica: A capacidade de
agir como porta-voz da revelação de uma vontade e de uma verdade transcendentes
que determinarão a acção futura.
Testemunhamos aqui a mais
profunda manifestação do Poder que opera no âmbito de todas as unidades sociais
dotadas de um grau relativo de permanência, em especial no nível da organização
tribal. Uma tribo configura-se como um todo biopsíquico (ou organismo)
integrado por um Poder superfísico de carácter colectivo. Na tradição hebraica,
esse Deus é YHWH (Iahweh – Jeová); em tribos anteriores, pode ter sido um “grande
Ancestral” mais ou menos mítico deificado. Todos esses deuses tribais são
manifestações locais do próprio poder de “Vida” que se acha no interior da
bioesfera terrestre. Esse poder deificado “tomou” em termos psíquicos homens ou
mulheres especialmente sensíveis ou treinados de forma espiritual, que se
tornaram seus porta-vozes – profetas, videntes, oráculos.
Esse poder opera também nos nossos dias, mas sob formas diferentes, graças à
individualização e intelectualização da consciência do homem moderno. Ele reúne
colectividades sociais organizadas e ajuda a manter a integração. Ele guia o
seu desenvolvimento por meio da libertação e da focalização, feitas através de
pessoas especialmente abertas, da expectativa visionara de desenvolvimentos que
estão prestes a ocorrer.
Neste segundo estágio do 56º
subciclo, o futuro interage com o presente para libertá-lo do poder inercial do
passado. Assim sendo, este símbolo contrasta com o precedente. No limiar do
amanhã, permite-se ao homem a visão ou revelação dos elementos essenciais do próximo
passo, até agora desconhecido, da evolução. A palavra chave é MEDIAÇÃO.”
Lembro que a primeira quadratura
entre os dois planetas se deu no grau 9 de Carneiro e Capricórnio:
9º Carneiro
"Um visor de cristal.
Ideia básica: O desenvolvimento
de uma compreensão interna de totalidade orgânica.
A esfera de cristal simboliza a
totalidade. No interior da esfera, as imagens tomam forma. Essas imagens podem
revelar eventos futuros, mas, o que é mais significativo, descrevem "a
situação como um todo" - a situação que se espera que o clarividente interprete.
As faculdades mentais nascentes que operam por entre emoções ainda dominantes
(ou incentivos culturais colectivos) agem como um poder centralizador e gerador
de totalidade. A inteligência percebe, em sua concentração, a função de todo o
impulso interno e de eventos externos no campo aberto de uma
"personalidade" ainda não nublada pelo egoísmo.
Neste quarto estágio da sequência
de cinco fases, a nova técnica exigida para o desenvolvimento da consciência
individualizada é revelada: Atenção concentrada.
9º Capricórnio
"Um anjo portando uma harpa.
Ideia básica: A revelação do
significado e propósitos espirituais que se acha no cerne de toda a situação de
vida.
Esse quadro nos diz,
simplesmente, "o céu está dentro de nós". Tudo o que temos de fazer é
nos mantermos abertos e ouvirmos a harmonia total da vida, uma harmonia na qual
desempenhamos um papel necessário à inteireza e ao significado do todo. Para
fazê-lo, temos de renunciar à nossa divisa consciência do ego e fluir junto com
a corrente universal que, para a pessoa de mentalidade religiosa, é a Vontade
de Deus.
Este é o quarto símbolo da série.
A técnica que ele implica é a da sintonia com o ritmo da vida universal. Os
anjos devem ser considerados personalizações dos vários aspectos dessa vida e
totalmente submissos aos seus ritmos e propósitos.”
Nota: De forma muito genérica, uma quadratura é o nome que se dá ao aspecto (fase da relação) de 90º que dois pontos (planetas) estão a fazer dentro dos 360º do zodíaco. A quadratura tem sempre a ver com tensão, dificuldades que têm de ser superadas. Embora seja considerada um “aspecto difícil” devido à enorme tensão e esforço a que obriga, é, no entanto, um aspecto de construção e implica acção.
Vera Braz Mendes
Vera,
ResponderEliminarExcelente. Parabéns. Posso usar um excerto no texto que estou a terminar sobre a 'recepção mútua'?
Muito agradecido.
partilhado
Claro António!
EliminarBj
Vera que maravilha! Irei voltar novamente...quero absorver bem suas palavras...adorei.
ResponderEliminarBeijos
Astrid Annabelle
Bj Astrid.
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