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It’s
a kind of magic, magic, magic. É uma espécie de magia. A vida é uma
espécie de magia. Sempre que oiço esta música dos Queen entro imediatamente num
estado de alegria e bem-estar. O sorriso nos lábios é automático. O portal
abre-se e eu entro na minha máquina do tempo. De repente estou na adolescência.
E estou mesmo lá! Vejo, oiço e sinto como se lá estivesse. E de certa forma
estou. Esta música invoca em mim boas memórias. Entro num mundo de fantasia
maravilhoso. E eu gosto! Muito!
Decerto que já aconteceu o mesmo contigo, várias
vezes. A música põe-nos de facto a viajar. É uma âncora poderosa. Em
Programação Neurolínguistica (PNL), chamamos âncoras ao processo no qual um
estímulo externo é associado a um estado interno ou a um conjunto de
representações internas - um estímulo recebido através dos sentidos, provoca
imediatamente um estado emocional que nos predispõe a pensar, sentir, agir de
determinada maneira.
As âncoras ocorrem naturalmente através de
estímulos auditivos, visuais ou cinestésicos (toques e cheiros, por exemplo).
Todos temos âncoras. Gatilhos externos que, sempre que accionados,nos provocam estados emocionais, quer positivos quer negativos, e transportam-nos para o
tempo e espaço onde esse estado emocional esteve presente. A âncora acciona o
sistema neurológico e leva-nos ao estado interno que está associado àquela
experiência.
Vou contar-te uma história que se passou comigo:
Há uns anos atrás, andava à procura de casa para
comprar e fui com o meu marido ver uma. Quando entrei na casa…. Uau! Cheirava a
bolo! Imagina agora o cheiro de bolo no forno, consegues? Para onde vais? Pois…
foi isso mesmo. De repente vieram a mim todas as memórias felizes que aquele
cheiro despertava; família, infância, bons momentos na cozinha, o aconchego…
Sim, eu já não estava apenas ali. Eu estava ali a viver as minhas boas
memórias. Estava em estado para comprar a casa. Aquela era a casa! Mais tarde,
o estudo da PNL e nomeadamente a tomada de consciência do conceito de âncora,
fez-me olhar para este episódio de uma outra perspectiva. Comprei aquela casa e
fiz uma boa compra, no entanto… que peso teve o cheiro do bolo na decisão?
As âncoras instalam-se naturalmente ao longo da
nossa vida mas… E se eu te disser que as podemos instalar propositadamente. E
se tivesses um botão? Carregavas no botão e… voilá… Ficavas num estado de
confiança; motivação; segurança… Ficavas no estado que precisasses para o
momento. This is a kind of magic.
A âncora é uma ferramenta da PNL, criada por
Richard Bundler e John Grinder a partir das descobertas feitas pela psicologia
behaviorista experimental, e as suas raízes estão nos trabalhos feitos por
Pavlov. Ter uma ou várias âncoras talvez não te mude a vida mas vai ser uma boa
ajuda em muitas ocasiões. A âncora passa a ser um recurso adicional que tens
sempre disponível. A Âncora vai actuar no teu estado, logo, mudará a tua
fisiologia e consequentemente o teu comportamento, para além da tua representação
interna. Experimenta!
Exercício:
Criar uma âncora:
1) Escolhe o estado desejado, por exemplo,
confiança, motivação, calma…
2) Escolhe o local do estímulo, tem de ser um
local específico e que possa ser reproduzido sempre que queiras. Para criares a
âncora usa um toque no teu corpo, por exemplo no nó de um dedo, no centro do
peito.
3) Lembra-te de uma situação em que vivenciaste
esse estado. De certeza que já houve alturas na tua vida em que esse estado
estava presente, em que sentiste essa…. (confiança, motivação, calma). Vai para
essa altura e “entra dentro do teu corpo”. Vê o que estavas a ver na altura,
ouve o que estavas a ouvir, sente o que estavas a sentir, o que dizias a ti próprio. Nota como o teu corpo
muda. Entra nessa memória o mais que puderes. Expande a experiência e permite
que tudo o que sentiste na altura se intensifique AGORA. Vive o mais que
puderes e, quando achares que chegaste ao auge da intensidade emocional da
experiência, acciona o estímulo, pressiona o local do teu corpo que escolheste
durante mais ou menos trinta segundos, ao mesmo tempo que continuas a vivenciar
a experiência.
(Este é o passo mais importante no processo de
ancoragem, quanto mais intenso for o estado vivenciado, maior o sucesso da
âncora.)
4) Quebra o estado, faz uma pausa. Levanta-te,
pensa noutra coisa, podes inclusive sacudir o corpo.
5) Testa a âncora – acciona o estímulo e verifica
se entras no estado a ele associado. Se achares que não está satisfatório,
retoma o procedimento a partir do passo 3.
Durante os próximos dias vai accionando a âncora
para que ela se fortaleça.
Nota: É mais fácil instalar uma âncora se tiveres
a ajuda de alguém que te vá guiando. No entanto, as âncoras mais poderosas são
as instaladas quando estamos a viver um estado. Assim, da próxima vez que
estiveres numa situação a viver intensamente um estado positivo, lembra-te de
associar esse estado a um estímulo e faz uma âncora.
Vera Braz Mendes
Ainda bem que a Astrid chamou a atenção. Ia deixando passar, pois o email automático de notificação, desta vez não chegou. :))) Partilhado.
ResponderEliminarOlá antónio!Obrigada! :)
EliminarSigo o teu blogue desde sempre.... mas no silêncio, sem dar nas vistas. Agora finalmente mostro-me e deixo registado o quanto tem sido importante ler-te. Gosto muito da forma como expões. Muito grata. Bem hajas.
ResponderEliminarObrigada pelas palavras . Muito obrigada mesmo. :-)
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