quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eu e a Astrologia


Eu e a Astrologia





Muitas pessoas ainda percepcionam a astrologia como uma forma de predizer acontecimentos, como uma ferramenta disponível para “controlar” a vida ou, pelo menos, torná-la menos imprevisível. Todos temos necessidade de segurança, de certeza… necessidade de ter um senso de permanência. Historicamente e, ainda para muitos, a Astrologia servia para preencher estas necessidades. O desenvolvimento do Ser Humano e o desenvolvimento da sua complexidade psicológica fez com que, pelo menos do meu ponto de vista, não seja mais possível continuar a percepcionar a Astrologia desta forma limitadora. Se até há pouco tempo um homem nascia e vivia dentro dos limites ambientais e sociais, hoje já não é bem assim. Até há pouco tempo era fácil predizer acontecimentos – nascias escravo, escravo serias. Nunca o símbolo teve tanto poder como hoje. O símbolo ajuda-nos a percepcionar padrões, não acontecimentos… e os padrões podem tomar uma multiplicidade de formas. Ficar retido na forma limita a aprendizagem. Integrar e harmonizar o padrão potencia a liberdade. O símbolo é o meio que nos pode transportar para a maior viagem da nossa vida - o encontro connosco, o caminho para o inteiro. O ambiente e a sociedade podem ainda ter um papel limitador importante na nossa vida, mas ganhámos a liberdade da escolha. Para muitos esta liberdade ainda não é completamente consciente e, por isso, procuram no exterior realização. Procuram transformar o ambiente, as condições sociais… Procuram através do ter, alimentar a semente que está plantada em cada um de nós e que cada vez mais grita por fogo, ar, terra e água – a semente que nos leva à procura de Sentido, Propósito. Todos Somos e a Astrologia é uma linguagem que nos possibilita descobrir o que está a impedir, o que está a tapar e bloquear o que Somos. O auto-conhecimento possibilitado pela linguagem astrológica abre-nos um verdadeiro caminho de individuação, um verdadeiro caminho que nos possibilita ir no sentido da totalidade.

Hoje, há cada vez mais pessoas que procuram no desenvolvimento pessoal, no auto-conhecimento, um “caminho” que lhes traga respostas no sentido de encontrarem um significado, um propósito maior para a sua existência. Ver o Universo como uma ordem inteligente e ver a vida de cada um de nós com um propósito evolutivo dentro dessa ordem, abre-nos, de facto, possibilidades infinitas dentro do caos aparente do dia a dia. Nós mudámos e a Astrologia também.


“Carl Gustav Jung mostrou, além de qualquer dúvida, que os principais agentes motivadores da vida, presentes na psique individual, e os padrões psicológicos globais, presentes em culturas inteiras, são factores arquetípicos na psique humana. Esses arquétipos são essenciais na camada psicológica da vida.

Jung descreve os arquétipos como princípios universais que são a base e a motivação de toda a vida psicológica, individual e colectiva.

Tanto na Astrologia como na mitologia, esses princípios universais constituem o principal campo de estudo, sendo que a diferença entre elas está no facto de que a mitologia dá ênfase às manifestações culturais dos arquétipos, em vários planos. Enquanto a astrologia utiliza, como sua linguagem, os próprios princípios arquetípicos essenciais, para poder compreender as forças e as configurações fundamentais presentes tanto na vida individual quanto cultural.

Em qualquer cultura, o mito serve, idealmente, como uma força vitalizante, porque mostra o relacionamento do homem com uma realidade maior, mais universal.

Os Deuses da mitologia (exactamente como os planetas da astrologia) representam forças e princípios vivos existentes no universo e na vida de cada um de nós” – In Astrologia, psicologia e os quatro elementos – Stephen Arroyo


"... tenho uma afectuosa consideração pelos astrólogos que lutam para estabelecer a astrologia sobre bases mais seguras e confiáveis, através de técnicas "científicas"; e, em especial, por aqueles que se propõem a "repensar a astrologia" em termos de conceitos mais filosóficos e harmónicos. A minha única meta ao propor esta abordagem "humanista" foi enfrentar as actuais tendências à despersonalização que tanto ameaça a nossa civilização ocidental, bem como situar a pessoa humana no lugar que lhe é devido na astrologia; isto é, bem no âmago das suas preocupações. Eu me interesso por pessoas, não por um sistema ou profissão – pessoas que vivem e se esforçam no sentido de realizar a totalidade do seu potencial de Ser, AGORA” – Dane Rudhyar Astrologia Tradicional e Astrologia Humanista.


Estou neste momento a estruturar um Curso de Introdução à Astrologia... Que tipo de Astrologia quero ensinar? Tradicional… psicológica… transpessoal…? Como o Rudhyar escreveu tão sabiamente, eu interesso-me por pessoas que vivem e se esforçam no sentido de realizar a totalidade do seu potencial de Ser, AGORA. Eu sou tudo o que sou… o que aprendi, vivi, experimentei… o que sei e não sei... o que integrei e não integrei... e é esse tudo que Eu Sou que está Presente. Sempre!


 
 
Vera Braz Mendes