segunda-feira, 26 de março de 2012

Astrologia é Arte



A interpretação de um mapa astral não é ciência, é Arte. A sua construção pode ser ciência, mas a sua interpretação é arte (Richard Idemon). E como arte, expressa a visão do mundo do artista. Se tivermos o mesmo mapa interpretado por dez pessoas diferentes, vamos ter dez interpretações, mesmo partindo dos mesmos pressupostos, do mesmo conhecimento.
Muitas pessoas perguntam-me se a Astrologia é limitadora. A astrologia não é limitadora… a astrologia, tal como tudo o resto, é limitadora quando o artista tem numa visão limitada do mundo. E, afinal, astrólogo e cliente são apenas espelhos um do outro.
A vida não é estática, as pessoas não são estáticas, estão em constante processo. Um mapa ganha vida quando ligado ao processo de alguém. Até lá, é um conjunto de partes. Só quando estamos com alguém é que, verdadeiramente, o todo se mostra maior que a soma de todas as partes. E aí dá-se magia. Num mundo de possibilidades infinitas, onde tudo é energia e onde quem observa já não é mais observador mas participante, visto que o observador influencia o observado, ter esta consciência é fundamental para que a dinâmica se crie e para que a relação produza crescimento em ambos.
Num mapa natal lidamos com uma quantidade enorme de informação e, como astrólogos, temos que ter uma mente mercuriana para conseguirmos lidar com tanta informação. No entanto, não podemos cair na tentação de que podemos ver tudo… Não podemos. Cada pessoa é um mundo interminável de possibilidades e por isso, temos de ser capazes de ver mais além, ver de cima. Ver a folha é importante. Ver a floresta é fundamental. Sermos capazes de sair da nossa própria pele é crucial. Devemos ganhar a capacidade de jogar a dança das cadeiras: um jogo de associação/dissociação. Sermos capazes de estar na nossa própria cadeira, associarmo-nos à cadeira do outro vendo o mundo segundo o ponto de vista dele, dissociarmo-nos e sermos capazes de ver a dinâmica da relação que se estabelece é um ponto que, a meu ver, produz crescimento. Muito importante também, é sermos capazes de ver a relação e a vida do outro num contexto mais alargado, num contexto transpessoal. Mais do que responder a porquês, a astrologia responde-nos ao para quê. E só no para quê, podemos encontrar o como.
Tudo está em constante mudança. Eu e tu… também.
“You cannot take a person any deeper than you yourself have gone. You cannot see anything more clearly in another chart than you can see in your own mind, or in your imagination. The breadth of your experience, your education, and your insigth into yourself, is what will enrich you as na astrologer, not further techniques and cookbooks. The deeper you become – the more broad you become – the better astrologer you will be.” (Não podes levar uma pessoa mais fundo do que tu mesmo foste. Não podes ver nada mais claramente noutra carta que não possas ver na tua própria mente, ou na tua imaginação. A amplitude da tua experiência, da tua educação e do teu insigth, é o que te vai enriquecer como  astrólogo, não são mais as técnicas e livros de culinária. Quanto mais profundo te tornares – mais amplo te tornares - melhor astrólogo serás).

 In The Magic Thread – Richard Idemon

Vera Braz Mendes

sexta-feira, 23 de março de 2012

Quando menos é mais

Quando Menos é Mais - Mindfulness

Vivemos num mundo caracterizado pelo imediatismo, pela pressa, pela necessidade de satisfação imediata, pela ilusão de que um dia, alguma coisa ou alguém nos vai conseguir tapar o buraco profundo que temos na alma. Vivemos na ilusão de que… quando um dia formos… quando um dia tivermos… seremos felizes. E assim continuamos… à espera!






“Gosto de caminhar pelos trilhos do campo, pelas plantações de arroz ladeadas por gramíneas selvagens, pisando conscientemente o solo maravilhoso. Nessas horas, a existência torna-se uma realidade miraculosa e misteriosa. Normalmente, as pessoas consideram um milagre caminhar sobre a água ou no ar. Mas eu acho que o verdadeiro milagre é caminhar no chão. Todos os dias nos envolvemos em milagres que nem sequer reconhecemos: o céu azul, as nuvens brancas, as folhas verdes, os olhos negros e curiosos de uma criança – os nossos próprios olhos. Tudo é um milagre.” Thich Nhat Hanh

Vivemos num mundo caracterizado pelo imediatismo, pela pressa, pela necessidade de satisfação imediata, pela ilusão de que um dia, alguma coisa ou alguém nos vai conseguir tapar o buraco profundo que temos na alma. Vivemos na ilusão de que… quando um dia formos… quando um dia tivermos… seremos felizes. E assim continuamos… à espera!

Olhamos em volta e é assim… tudo nos é oferecido todos os dias com promessas de satisfação plena. Compramos o carro… a casa. Mergulhamos na relação … construímos a família. Fazemos o curso… temos o emprego. E continuamos à espera! Nesta grande ilusão perdemo-nos, tornamo-nos ansiosos, tornamo-nos máquinas projetoras de hábitos, de qualquer coisa que não somos nós. Numa sociedade onde os processos do hemisfério esquerdo do cérebro foram e são tão glorificados, fomos ensinados a passar demasiado tempo a pensar, a fazer… muito pouco tempo a Ser. E é disto que se trata, Ser! E Ser não é fundamentado por lógica alguma. É-se e pronto!

Mesmo em modelos que promovem o auto-conhecimento e o desenvolvimento pessoal, as palavras chave são Objetivos, Ação. Os objetivos são importantes, agir é importante. Precisamos saber o que queremos para podermos direcionar o nosso foco. Precisamos de sair da inércia. No entanto… que objetivos? Objetivos que nos levam passo a passo na direção do nosso centro, ou objetivos onde procuramos, mais uma vez, pela aquisição exterior, validar-nos enquanto pessoas?

Os objetivos são importantes… quando conseguimos desapegar-nos do resultado. E, para isso, precisamos todos de aprender a viver no Presente. Precisamos de desacelerar, respirar, saborear.
Neste mundo frenético, eis que lentamente nos voltamos para a qualidade, para o centro. E vamos buscar a práticas antigas, como a meditação, ensinamentos preciosos que nos permitem desenvolver a atenção plena, a capacidade de estar no Presente – o Mindfulness.

O Dr Jon Kabat-Zinn (fundador e diretor da Stress Reduction Clinic no Centro Médico da Universidade do Massachusetts, e Professor Associado no Departamento de Medicina Preventiva e Comportamental) é um dos principais investigadores neste campo. É especialista em meditação Zen, na prática da Atenção Plena e tem sido um dos responsáveis pela integração do Mindfulness no sistema de tratamento clínico e psicológico. Há vários estudos realizados por neuro-cientistas que indicam que a meditação pode trazer benefícios físicos e mentais a quem a pratica com regularidade.

Mindfulness, ou Atenção Plena, é um estado de atenção no momento presente no qual podemos tomar consciência dos nossos pensamentos, sensações físicas e emoções quando ocorrem, sem reagir de uma forma automática, permitindo-nos assim escolher como responder ao que vai acontecendo. Permite-nos ver as coisas como elas são, incluindo nós mesmos. Gastamos muita energia a reciclar o passado ou a pré-ocupar-nos com o futuro. Pelo caminho fica a capacidade de saborearmos o presente.
Com a prática do mindfulness, desenvolvemos a capacidade de deixarmos de nos identificar com os nossos pensamentos. Passamos a observar, sem julgamento, o que se passa na nossa mente. A observação permite-nos dar conta dos nossos padrões, preconceitos, hábitos e, assim, responsabilizarmo-nos pelas nossas escolhas.

Ganhamos flexibilidade e principalmente abertura para a multiplicidade de escolhas que fazemos diariamente. Passamos cada vez mais a viver no lado da causa e menos no lado do efeito. Nós somos os criadores das nossas experiências.

A prática de mindfulness não é separada da vivência do dia a dia, não é separada da vida. Não precisamos de nos retirar para lugar nenhum para praticar mindfulness. A Atenção Plena pratica-se em todos os momentos. Não é daqui a um bocado, é Agora. Pratica-se a caminhar, a lavar a loiça, a comer… Sempre que estamos a fazer alguma coisa, somos apanhados por pensamentos que nos tiram a atenção do presente… e lá vamos nós atrás desses pensamentos. Pensamentos esses que muitas vezes são gatilhos para estados emocionais que nos tiram o equilíbrio. Mindfulness é isto, é ter a atenção no momento presente. E sempre que o conseguimos, estamos em paz.

“Somos o que pensamos.
Tudo o que somos provém
dos nossos pensamentos.
Com os pensamentos
Fazemos o mundo” – Dhammapada

Exercício:
Deixo-te duas sugestões para começares a praticar a Atenção plena, em actividades simples e que fazes diariamente
.
A tomar banho:
Normalmente, tomamos banho de forma mecânica e a pensar em mil e uma coisas. Por isso, não nos apercebemos de uma série de sensações que um banho pode proporcionar.
Ao tomares banho sente a temperatura da água, sente o toque das gotas do chuveiro que caiem sobre o teu corpo e que escorrem por ele. Observa cada sensação e cada movimento realizado. Simplesmente sente. Observa-te a tocares-te quando te lavas, a espuma a tocar na tua pele… o cheiro. Observa como a tua mente vai para longe, como pensas no que tens de fazer a seguir, preocupaste com o futuro, ou te lembras de alguma coisa que já passou e ficas a remoer no passado. Apenas observa o processo, sem julgar. E, sempre que te apanhares nestes pensamentos, retorna ao banho, às sensações, aos cheiros, aos sons. Volta para o Aqui e Agora todas as vezes que a tua mente for para outro lugar que não seja o presente.

A comer:
Deixa de lado tudo o que possa desconcentrar-te – desliga o computador, a televisão, deixa de lado os livros, revistas…
Agora observa tudo, desde o acto de segurar o garfo e levá-lo à boca, a todas sensações que comer te pode trazer – o cheiro, o sabor dos alimentos, a textura, o contacto dos dentes com o alimento, a mastigação, a comida sólida tornando-se líquida e sendo engolida, passando pela garganta …

Por alguns minutos fecha os olhos quando a comida estiver na boca e come vagarosamente, saboreando-a.

Vera Braz Mendes - Artigo publicado Sapo Mulher

terça-feira, 20 de março de 2012

Lua nova de Carneiro - 22 de Março

A lua nova de Carneiro acontece no dia 22 de Março às 14.38 no grau 3.





"O relacionamento do sol e da lua desenrola-se de acordo com um padrão ondulado de aumento e diminuição da luz, ou separação e retorno da lua para o sol. O ciclo começa na lua nova, quando a lua está perdida no brilho do sol." In O ciclo de Lunação - Dane Rudhyar

Na astrologia, o relacionamento do sol e da lua é o arquétipo base para todos os relacionamentos entre planetas. A relação sol-lua passa por diversas fases durante o ciclo.

Na lua nova, a lua é impregnada pela energia vital solar. Como nos diz Rudhyar, "O sol liberta a sua emanação espiritual por ocasião da lua nova". Um novo ciclo de experiência começa, por isso, é um bom momento para rever os nossos compromissos e estabelecer objectivos.

Durante os três dias que antecedem cada lua nova, a fase balsâmica da lua, podemos libertar o excesso de peso que trazemos às costas na nossa "mochila". É uma fase de meditação, de reflexão sobre o que temos que libertar porque não faz falta para o ciclo que se vai iniciar. É como a história do mestre Zen: O mestre Zen está com um novo discípulo a tomar chá. O mestre pega no bule e enche a chávena do discípulo. A certa altura, a chávena já está cheia, começa a verter, e o mestre continua a enchê-la. O discípulo, aflito, grita; "mestre o que está a fazer? a chávena já está cheia, está a transbordar" e o mestre responde; "a tua mente é como esta chávena de chá. Como é que posso ensinar-te alguma coisa se já está cheia?" Só quando vazamos a nossa chávena é que podemos experimentar um novo e delicioso chá.

Assim, a cada lua nova, temos a oportunidade de nos alinharmos com a energia que está a ser libertada. É altura de lançar sementes.


A Lua nova de carneiro é no dia 22 de Março às 14.38. Podemos então, nessa altura, estabelecer objectivos de acordo com o simbolismo de carneiro e de acordo com a casa (experiência) onde carneiro aparece no nosso mapa.


Carneiro: Assertivamente, urgentemente, imediatamente


Palavras-chave: Iniciativa, independência, espontaneidade, juventude, pioneirismo, acção, impulsividade, liderança, competição, desafio, directos, coragem, entusiasmo, dinamismo.


Impulsivo, explosivo, impaciente, imprudente


Carneiro é o primeiro fogo. É o berço das ideias. Projecta tanto impulsos criativos (mercúrio como regente esotérico), como é a devoção aos impulsos do ego (marte - regente da personalidade). Quando carneiro está a trabalhar ao nível da alma, mercúrio introduz novas ideias que vêm do mental superior, dando por isso acesso aos arquétipos. Quando está a trabalhar apenas ao nível da personalidade, o instinto de marte é apenas de satisfação dos desejos do ego.


Proponho também que leiam o símbolo sabeu para o grau 3 de Carneiro e que meditem um pouquinho sobre ele.

Símbolo Sabeu para o grau 3 de Carneiro


"Um camafeu com o perfil de um homem, sugerindo a forma do seu país.

Ideia Básica - O poder sustentador do Todo, quando o indivíduo se identifica com a Sua vida.


Tendo-se tornado objectivamente consciente da sua natureza e da sua humanidade básica, a pessoa em processo de individualização encontra força e segurança interiores na realização da sua identidade essencial na secção do Universo em que opera. Ela e essa secção parecem, para a sua consciência, unidas num processo de ordem cósmico-planetária - numa participation mysthique. Metaforicamente, trata-se do conceito da identidade entre Atman e Brahman. Noutro sentido, graças à sua capacidade de identificar-se com o complexo de actividades vitais que estão ao seu redor, o indivíduo particular pode tornar-se, verdadeiramente, não apenas uma imagem e representação do Todo do seu ambiente natal (local planetário e, talvez, eventualmente, cósmico), mas também um agente por meio do qual o Todo pode expressar-se num acto de ressonância e expansão criativas. Trata-se do ideal do avatar - o ideal de uma vida e de uma consciência "transpessoais", inteiramente consagradas a um divino Poder e por ele dirigidas. Esse poder também pode ser concebido como o Eu arquetípico, o princípio-Cristo, em sua operação num e por meio de um indivíduo e de um destino particulares que se tornaram sua manifestação externa, com o fito de atender a uma necessidade humana colectiva.

O conceito da identidade formal-estrutural entre o macrocosmo universal e o microcosmo humano é muito importante, já que se manifesta em muitos níveis. Ele forneceu um sentido interno de segurança e de força harmónica ao homem arcaico. Para o indivíduo moderno, acossado pela evidência superficial de falta de sentido e de futilidade, esse conceito fornece um sentimento de participação na ampla maré da evolução. Trata-se da resposta ao trágico sentido da alienação tão prevalecente em nossos dias.

Este símbolo caracteriza o terceiro estágio da primeira sequência quíntupla de fases: o estágio da PARTICIPAÇÃO CONSCIENTE NUMA VIDA MAIS AMPLA."



In Uma Mandala Astrológica - Dane Rudhyar


Vera Braz Mendes

quinta-feira, 15 de março de 2012

Carneiro - Início do Ano Astrológico - chegada da Primavera



O ingresso do sol em Carneiro simboliza o início da primavera. É o equinócio da Primavera. A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais". O dia e a noite duram o mesmo tempo, 12 horas. Este ano o equinócio será no dia 20 de Março às 5:16 a.m. e a primeira lua nova do ano, a lua nova de Carneiro, será no dia 22 às 14:38 p. m.

Depois do Inverno, do recolhimento, tudo desperta para a vida na Primavera. Carneiro representa assim este despertar para a vida, possibilidades de começo, de lançar sementes. Carneiro é o primeiro signo de fogo e o primeiro signo cardeal. Em Carneiro é libertada a energia do fogo que representa o processo de identidade, o reconhecimento do sentido do Eu através da acção. Após o período de "conservação" do Inverno, a vida desperta com a chegada da Primavera. É o nascer do dia, o acordar de todas as possibilidades que cada nascer do dia traz consigo. A casa onde aparece Carneiro no nosso mapa natal, é a área de vida onde nos precisamos de afirmar como indivíduos, onde temos de cultivar a liberdade para expressar independência, onde podemos ousar. Ao nível da Alma, o fogo de Carneiro traz as ideias criativas, cumpre a vontade do plano.


Muito se tem falado do ano de 2012 e, profecias à parte, a verdade é que no mapa da entrada do sol em Carneiro, toda a instabilidade está bem representada. O ano 2012 é regido pela lua. Lua que está em conjunção com Neptuno e Quiron e na fase balsâmica. O ascendente do mapa é Aquário que vem trazer a tónica da mudança, de um ano fora do comum. Sol, Mercúrio e o Úrano estão em conjunção em Carneiro. O regente do Sol, Marte, está em virgem retrógado. As acções de carneiro terão de ser motivadas pelo aperfeiçoamento, eliminando o que não é necessário, o que não faz falta e está a mais. As acções não podem ser mais motivadas pelo simples desejo egóico, pelo fora, pelo exterior. Têm de fundamentar-se dentro e têm de estar de acordo com a vontade da Alma. Mercúrio e Saturno também estão retrógados. Pela positiva, o mapa é marcado pela conjunção Vénus/Júpiter em trigono a Marte e Plutão.


A Lua, regente do ano e regente de caranguejo, convida-nos a olhar para dentro de forma a curar o nosso mundo emocional. Convida-nos a perguntar de que forma é que nos relacionamos com as nossas emoções. O que é que precisamos para nos sentirmos seguros? Em que areias se movem as fundações emocionais do nosso Ser? Sólidas… movediças…? Como é que nos relacionamos com a nossa criança interior. Como é que nos alimentamos emocionalmente?

A Lua é o princípio feminino dentro de cada um de nós, independentemente do nosso sexo. Representa a nossa capacidade para nos sentirmos amados … ou não. É a nossa fundação emocional, os nossos padrões.... muitas vezes a sombra. Representa a mãe. A nossa segurança emocional. Procura sempre um sentimento de pertença e por isso mesmo, muitas vezes, gera dependências. Representa os instintos que nos levam a ser reactivos para obtermos alimento … amor.

A conjunção da Lua com Neptuno é um indicador da necessidade de transcendência, da necessidade de buscar o alimento no espiritual. Neptuno simboliza a taça para receber as águas, a compaixão. Esta conjunção é um indicador de sensibilidade… somos convidados a encontrar a mãe, o alimento, o Divino dentro de cada um de nós. Com Neptuno, a ilusão da separação do ego dissolve-se. Como dizia o Nuno Michaels na conferência “construção da Arca”, com a passagem de Neptuno por Aquário aprendemos os conceitos, com Neptuno em peixes…. temos que sentir, integrar. Temos de deixar de “pregar” a verdade e Ser verdade. Falar e dizer aos outros o que devem fazer é fácil, menos fácil é fazê-lo na nossa própria vida. Para isso, temos que limpar as nossas próprias águas. Ainda parafraseando o Nuno, estando Saturno neste momento em balança, Úrano em carneiro e Plutão em Capricórnio, ocupando assim três dos quatro signos cardeais, o que fica em falta é… caranguejo …. É curioso que este ano seja regido pela lua. No entanto, esta lua tem a tónica de peixes e de Neptuno, convida-nos a deixarmos de nadar nos nossos próprios pântanos e a mergulharmos no oceano da vida. Neptuno em peixes estimulará a nossa fé, a nossa flexibilidade e tolerância. Aparecendo em conjunção com a lua no mapa deste ano…. estimulará também a instabilidade, a falta de orientação de muitos, a sensação de estarem perdidos, sem rumo. Assim, abre possibilidade para uma reorientação, para a necessidade de alinhamento com a vontade da Alma.


Num ano marcado pelo início da quadratura Úrano/Plutão, este equinócio pode representar, se quisermos, o Inicio de uma nova ordem. E comecemos em cada um de nós a despertar o fogo espiritual simbolizado por Carneiro, deixemos emergir a nossa auto-consciência mas com um propósito maior e para além da nossa identidade pessoal. A escolha é nossa.

Nota - Para quem não conhece a linguagem astrológica, a quadratura Úrano/Plutão começa este ano e estará até ao final de 2015. Este ano será muito activa entre maio e outubro e, principalmente em Julho, quando Marte em balança fará a quadratura em T. Esta quadratura representa a tensão e o embate de duas forças poderosas; Úrano em Carneiro - impulso renovador e revolucionário, a aceleração, a urgente necessidade de mudanças, a necessidade de integração de novos arquétipos. Plutão em Capricórnio - necessidade de regeneração da velha ordem de poder, das estruturas que não servem mais e que são incapazes de trazer evolução, quer sejam económicas, políticas ou sociais.


Vera Braz Mendes

quarta-feira, 14 de março de 2012

Coragem de Leão


"As metáforas que usamos, se decidirmos olhar para a riqueza do seu simbolismo, permitem-nos conhecer e entender a nossa vida de uma maneira completamente nova. Nelas estão contidas as nossas crenças, os nossos valores, a forma como filtramos a realidade."



Por vezes forte, coragem de leão, às vezes fraco, assim é o coração, diz-nos Pedro Abrunhosa numa música lindíssima. Se eu tivesse que descrever a minha vida numa frase, esta seria uma boa frase. Se eu tivesse que descrever a minha vida em seis palavras… Coragem, coração e determinação de leão.

 E tu? Como é que descreverias a tua vida em seis palavras?

Na semana passada, andava a pesquisar no site da Oprah, quando encontrei uma referência a um artigo na O Magazine que propunha exactamente este desafio: descrever a nossa vida em seis palavras – The Six-Word Memoir. Este desafio tinha sido primeiro lançado em 2006, pelo escritor e editor Larry Smith na sua publicação on-line Smith Magazine, e duraria um mês. Cinco anos depois, continuavam a chegar frases.

As metáforas que usamos, se decidirmos olhar para a riqueza do seu simbolismo, permitem-nos conhecer e entender a nossa vida de uma maneira completamente nova. Nelas estão contidas as nossas crenças, os nossos valores, a forma como filtramos a realidade. Levamos o dia todo, a vida toda a utilizar metáforas e, na maioria das vezes, nem nos damos conta da verdadeira natureza do seu simbolismo. Nem nos damos conta que se tomármos as metáforas que utilizamos no dia-a-dia como descrições literais do nosso processo inconsciente, elas podem tornar-se numa ponte para uma maior auto-consciência. As metáforas podem criar-nos insights ou podem limitar-nos, elas podem libertar-nos ou aprisionar-nos. Se alguém te diz que “carrega o mundo nos ombros”, que imagem é que tens dessa pessoa? Que imagem é que ela tem de si própria?

Que metáfora utilizarias para descrever a tua vida em seis palavras? Se eu te perguntasse quem tu és, que metáfora escolherias?

Toma nota das metáforas que utilizas, escolhe-as bem. Pára por um segundo, pega numa folha de papel e escreve uma metáfora sobre ti. Tu és como o quê? Que imagens vêm do teu inconsciente? O que é que a metáfora diz sobre ti? És como um rio com pedras e desvios?…. És como o mar? Calmo? Agitado? A metáfora liberta-te ou aprisiona-te? O que é que te impede de mudar?

Exercício

A caixa mágica

1 – Arranja uma caixa de madeira com tampa e um espelho.

2 – cola o espelho no fundo da caixa.

3 – Decora a caixa como quiseres.

Agora… pssst… vou contar-te um segredo…

Esta é uma caixa mágica. Nela está guardada para sempre a coisa mais importante do mundo…

Sempre que te esqueceres do que no mundo é mais importante, abre a caixa e olha lá para dentro.




Vera Braz Mendes - Art. publicado Sapo Mulher


segunda-feira, 12 de março de 2012

Retornar à Inocência




 "Um processo de coaching ao nível da identidade e ao nível espiritual pode ajudar-nos nesta procura, onde o estado desejado é estarmos profundamente conectados connosco"








“Don't be afraid to be weak. Don't be too proud to be strong. Just look into your heart my friend, that will be the return to yourself. The return to innocence”. (Não tenhas medo por seres fraco. Não tenhas tanto orgulho por seres forte. Apenas olha dentro do teu coração meu amigo, esse será o retorno a ti mesmo. O retorno à inocência).

Enigma Return to innocence



Há músicas, palavras, que têm o poder maravilhoso de despertar qualquer coisa dentro de nós. Não sei bem o quê, mas despertam. Esta música dos Enigma e, principalmente a letra, faz isso comigo. Esse não sei bem o quê. Mas é um quê muito profundo, um quê que me leva para dentro numa emoção absoluta e arrebatadora.

É este retorno à inocência, este encontro com o nosso self mais profundo que todos procuramos. De uma forma ou de outra, a resposta que procuramos à pergunta “quem sou eu?” é esta. Este estado essencial, este retorno à inocência. E encontramos muitas vezes um vislumbre dele; numa música, no nascimento de um filho, a contemplar uma flor…., para nos esquecermos logo de seguida. Desconectamo-nos. Perdemos contacto com o nosso Ser profundo e compensamo-nos em actividades e comportamentos que só nos mantêm desconectados. Tornamo-nos reactivos e não activos. Deixamos de ser co-criadores da nossa história. Passamos a agir para nos afastarmos daquilo que temos medo em vez de ficar em contacto com aquilo que somos e expressar criativamente o que somos no que fazemos.

Cada dia que passa, encontro mais pessoas que, como eu, procuram este retorno à inocência. Estamos claramente num período desafiador e é mesmo por isso que as possibilidades se abrem. Cada um fará o seu caminho, reavaliará a direcção que a sua vida tem estado a tomar e decide agir, ou não. Um processo de coaching ao nível da identidade e ao nível espiritual pode ajudar-nos nesta procura, onde o estado desejado é estarmos profundamente conectados connosco. É um despertar, um acordar, um sair da letargia que gera transformações nas nossas vidas.

A mudança é a única constante da vida. Mas mudança não quer dizer progresso, não é sinónimo de evolução. O desafio é aprender a acompanhar os movimentos naturais da mudança, participando deles mais conscientemente, em vez de sermos levados inconscientemente pelas circunstâncias que a vida nos traz. O desafio é aproveitar a mudança num sentido evolutivo, num sentido de crescimento pessoal. E há várias formas de fazeres o caminho. Escolhe com o coração e saberás que é a certa, porque é a Tua. Não desistas de te religares à inocência. E “don't care what people say, just follow your own way. Don't give up and use the chance to return to innocence.“ (Não te importes com o que os outros dizem, segue apenas o teu próprio caminho. Não desistas e usa a oportunidade para retornares à inocência.).

Exercício:


Metáfora da Fonte Criativa da vida

(Faz o exercício quando souberes todos os passos ou pede a alguém para te guiar)


Vai para um lugar confortável e descontrai. Toma atenção à respiração e relaxa. Inspira e expira profundamente quatro vezes.


-Imagina uma bola brilhante de luz, pairando sobre a tua cabeça, representando simbolicamente a fonte criativa da vida.

- Pede a essa bola de luz que envie um foco de luz sobre a tua cabeça, que ele desça pela coluna vertebral, pelas pernas, até aos pés, que atravesse o chão e desça até o centro da terra.

- Na próxima respiração, absorve a energia do centro da terra: que essa energia suba através dos teus pés até o centro do teu peito, e deixa essa energia ficar aí a girar, como uma pequena bola.

- Pede novamente um foco dessa luz sobre a tua cabeça, e deixa essa energia conectar-se com a pequena bola no teu peito, e que essas duas energias se fundam.

- Agora estás, simbolicamente, a receber uma energia que cria nova vida, e outra energia que vem da terra e que faz a vida florescer.

- Deixa essa energia crescer e encher todas as tuas células, vê a energia expandir-se, saindo do teu corpo e enchendo cada átomo e cada molécula no sítio onde estás sentada.

- Agora, acompanha essa energia ao penetrar cada átomo nesse sítio, percebe e experimenta como tudo vem da mesma fonte de vida, agradece por essa igualdade, e agradece pelas diferenças.

- Recebe tudo de volta, e deixa a energia crescer até transformar-se numa brilhante pérola de luz no meio do teu peito. Sente a paz, ouve o silêncio dentro de ti, e diz a ti própria: ‘Eu sou a paz’."








Vera Braz Mendes



quinta-feira, 8 de março de 2012

Girl You're Amazing

"Hoje quero falar-vos de Partes. Uma das principais dificuldades que acredito que as mulheres sentem é integrarem de forma equilibrada e ecológica para si os diferentes papéis que assumem no dia-a-dia." 





Girl you’re amazing just the way you are. Pois é, tal como nos diz Bruno Mars na canção, nós já somos extraordinárias, nós já somos incríveis. Para a maioria das mulheres ainda é difícil acreditar nesta “verdade” fundamental, ainda é difícil viver a partir deste pressuposto, principalmente numa sociedade onde o sucesso e a perfeição aparecem como objectivos últimos e urgentes a ser cumpridos. É inegável toda a conquista feminina nos dois últimos séculos, é inquestionável o resgate do poder feminino na sociedade, tal como, também é inegável o quanto ainda há para ser feito.
No entanto, não é sobre a evolução histórica do feminino ou sobre o papel cada vez mais activo que a Mulher tem na sociedade que hoje quero escrever. Hoje escrevo para ti que, tal como eu, muitas vezes te sentes assoberbada pelos vários papéis, pelas várias personagens que interpretas. Para ti que vives numa sociedade que te exige ser excelente. Para ti que te exiges ser excelente; excelente mãe, excelente profissional, excelente companheira, excelente dona de casa, excelente amiga… excelente em tudo. E nesta procura incessante da excelência e do sucesso esqueces-te do mais importante – tu já és excelente!
Uma das coisas que me tem sido possível observar nas minhas clientes e também em mim própria, é o terrível sofrimento que esta crença traz. Aliás, este é o principal motor que nos empurra para uma outra crença muito limitadora - nunca somos suficientemente boas. É claro que estou a generalizar e que me perdoe quem no seu percurso nunca teve ou já se libertou destas amarras, ainda assim, sei que tu, eu e muitas de nós nos revemos neste retrato. A boa notícia é que é possível transformar crenças limitadoras em crenças ilimitadas que nos potenciam, mas isso ficará para outro artigo.

Hoje quero falar-vos de Partes. Uma das principais dificuldades que acredito que as mulheres sentem é integrarem de forma equilibrada e ecológica para si os diferentes papéis que assumem no dia-a-dia.  A necessidade de ter de corresponder a expectativas, quer nossas quer de outros, e o sentimento lá no fundo, bem lá no fundo de que temos de ser perfeitas, causa-nos muitas vezes  sentimentos  de frustração, conflito e mau estar interior. Vemo-nos apanhadas frequentemente em diálogos internos entre partes de nós que parecem viver numa guerra interminável. Sentimos muitas vezes que existem partes de nós que não são ouvidas e, ou existem partes de nós que boicotam outras partes. Apercebemo-nos muitas vezes que o comportamento que temos é desajustado em relação a determinada situação ou, pior ainda, sentimos que se nos comportarmos de determinada maneira estaremos bem com uma parte de nós e não tão bem com outra parte.

Confuso? Talvez. Muitas de nós conhecem a sensação de ter de ir a uma reunião importante no trabalho e ao mesmo tempo ter uma reunião na escola dos filhos, muitas vivem também o conflito entre a parte de si que é cuidadora, nutridora, maternal e a parte de si que é feminina, sensual. Quem nunca ouviu também a vozinha interior híper crítica. Os exemplos são muitos.
Ora, um dos modelos desenvolvido pela PNL (Programação Neuro Linguística), o modelo de Partes, permite-nos ultrapassar estes conflitos, permite-nos reenquadrar de uma forma mais positiva e ecológica partes que actuam como “sombras” nas nossas vidas. Partindo do princípio que o ser humano é um todo, um sistema, constituído por várias partes e que tudo tende novamente para a união para que se torne uma totalidade em nós, que todos possuímos os recursos que necessitamos e que todo o comportamento tem uma intenção positiva, a PNL oferece-nos várias soluções para trabalharmos interiormente e para caminharmos num sentido de maior possibilidade de escolha, de maior liberdade, de maior noção de Ser.
Girl, you’re amazing just the way you are. E, se vives conflitos internos ou se não gostas de como algumas partes de ti se comportam, permite-te transformar, é possível transformar. Tudo, mas mesmo tudo tem uma intenção positiva e, se a forma que utilizas para realizar essa intenção positiva não é a mais adequada e não te traz resultados positivos, então, procurar comportamentos alternativos para realizar essa intenção positiva. Atreve-te a trazer ao de cima tudo o que já existe em ti.

Este é um dos exercícios que podes experimentar.

Antes de começar o exercício, identifica a parte de ti que queres transformar.

1. Entra num estado de calma e relaxamento. Senta-te confortavelmente. Relaxa as diversas partes do corpo e dirige atenção para a respiração.
2. Agora imagina que tens uma conversa contigo mesma, imagina que podes conversar com cada parte de ti. Imagina que contactas com uma parte de ti que é responsável por um comportamento que queres transformar. Agradece-lhe por cooperar, aceita-a e pergunta-lhe qual é a intenção positiva do comportamento que tem. O que quer obter, onde quer chegar, o que é importante realizar.
3. Quando tiveres alcançado as intenções positivas, pergunta a essa tua parte se estaria disposta a adoptar comportamentos alternativos que visassem realizar a mesma intenção.
4. Pede à tua parte criativa para ajudar e para dar comportamentos alternativos.
5. Pergunta à parte se aceita estes novos comportamentos, quais é que aceita.
6. Imagina agora um congresso, uma reunião, onde estão todas as tuas partes e investigua se alguma parte se opõe à adopção de algum dos comportamentos.
 7. Deixa o congresso e volta a falar com a parte. Pergunta-lhe se está disposta a experimentar usar estes novos comportamentos nos próximos tempos.
8. Imagina-te agora em várias situações no futuro e vê-te a adoptar os novos comportamentos. O que vês, o que sentes, o que ouves? Tornaa imagem atractiva para ti.



Vera Braz Mendes - Art. publicado Sapo Mulher


quarta-feira, 7 de março de 2012

Algumas Luzes sobre astrologia



Harmonia Celestial - Martin Schulman

Por ser a mais antiga e a mais complexa forma de conhecimento acessível ao homem, a astrologia encerra em seu interior as chaves para a descoberta de tudo o que há para ser conhecido no universo. É claro que dificilmente se chega a alcançar tamanho grau de compreensão. Porém, em termos práticos, até mesmo uma pequena parcela desse conhecimento pode funcionar como instrumento potente para a solução de nossos problemas.

A astrologia penetra em profundidade o íntimo da essência humana e remove as falsas camadas superficiais, trazendo à luz a qualidade do seu ser real. Mas o que é então um astrólogo? Será ele um matemático? Um pesquisador? Um sociólogo? Um conselheiro? Um filósofo? Um analista? Um teólogo? Um professor? Ele é um pouco de todos eles e, acima de tudo, um filantropo: alguém que se preocupa com o que acontece ao seu semelhante. E, mais importante ainda, um estudante em contínuo processo de aprendizado.

O astrólogo lida com pessoas de todos os níveis e idades. Precisa compreender o comportamento e as relações humanas e seus ciclos, os interesses comerciais de seus clientes, suas diferenças religiosas e culturais e a maneira pela qual as miríades de influências ambientais afectam seu destino. Por todas essas razões, o astrólogo permanece um Mestre-estudante toda a sua vida.

Ele estuda as pessoas, suas maneiras e hábitos, seus êxitos e fracassos, e observa suas acções e reacções. Compreende as emoções humanas em seu aspecto mais profundo e é um devoto estudioso da natureza. Observa a alternância das estações e conscientiza-se de sua actividade cíclica. Enxerga as folhas numa árvore e apreende a sua dependência dos galhos dos quais brotam. Perceb que nenhum galho é exactamente igual a outro. Todavia, não lhe é possível afirmar que qualquer um deles seja melhor ou pior que os outros. A partir daí, ele percebe a individualidade e a igualdade entre os seres humanos.

Se estiver realmente atento, conseguirá entrever essa ligação entre homens e natureza em vários planetas. Pois o que o homem busca durante toda a sua vida, as árvores conhecem. As estações sabem. A chuva e a neve também conhecem. Apenas o homem desconhece. E a meta, o trabalho e a função do astrólogo consistem em dizer ao homem, em palavras acessíveis que ele é verdadeiramente capaz de alcançar o mesmo estado de harmonia perfeita com as leis naturais que constata sempre que olha ao redor de si.

A astrologia é, pois, um tipo bastante diferente de linguagem, e é o astrólogo quem traduz essa música da natureza para o ouvido humano. O objectivo deste estudo é harmonizar o homem com a natureza, de modo que ele possa tornar-se firme como as montanhas, suave como a primeira nevada de inverno, melódico como as folhas que farfalham quando tocadas pelo vento e feliz como o sorriso da criança, revelado pela certeza de que a todo instante as bênçãos divinas são derramadas por toda a parte e de que, em meio a toda a glória da natureza, o homem é a mais exaltada entre as criaturas.

In "Harmonia Celestial" Martin Schulman.

Acredita que podes Voar


 "Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis"





“If I can see it, then I can do it. If I just believe it, there's nothing to it. I believe I can fly, I believe I can touch the sky. I think about it every night and day, spread my wings and fly away. I believe I can soar. I see me running through that open door. I believe I can fly, I believe I can fly, I believe I can fly”. (Se eu posso ver isso, então posso fazer isso. E se eu acreditar, nada me poderá impedir. Eu acredito que posso voar, eu acredito que posso tocar o céu. Penso nisto todos os dias e todas as noites, esticar as minhas asas e voar ... Eu acredito que eu posso elevar-me. Vejo-me a correr, atravessando uma porta aberta. Eu acredito que posso voar, eu acredito que posso voar, eu acredito que posso voar).

Nós somos o que acreditamos Ser! E podemos acreditar que podemos voar. E podemos acreditar que nascemos sem asas.  As crenças, aquilo que verdadeiramente acreditamos sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo, negam ou potenciam o nosso poder pessoal. Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis. Se acreditares que podes voar, voarás. Se acreditares que não tens asas, não sairás do ninho.

Henry Ford dizia: “Se você acreditar que consegue, ou que não consegue, em ambos os casos, você estará absolutamente certo”.

Uma crença é simplesmente um sentimento de certeza de que algo é real ou verdadeiro, e fundamenta-se na generalização da nossa experiência subjectiva. Muitas das crenças que guiam a nossa vida, formaram-se em momentos no passado e segundo uma visão limitada de nós próprios e do mundo à nossa volta. A família onde nascemos, a educação que tivemos, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do nosso sistema de crenças. Todos temos crenças que nos potenciam e crenças que nos limitam. Muitas das nossas crenças limitadoras constituíram-se na infância e nada tiveram a ver com as experiências em si, mas com a forma como por nós foram percepcionadas e vivenciadas, de acordo com os recursos (poucos) que tínhamos disponíveis na altura.

Já alguma vez te perguntaste porque razão um elefante num circo está preso por uma simples corda amarrada a uma estaca? Porque razão não se tenta libertar? Olhando para o elefante não é difícil imaginar que bastaria começar a caminhar para arrancar a estaca. A resposta é simples; quando jovens, os elefantes são amarrados a uma estaca por uma corda forte que os impede de sair do lugar. Depois de várias tentativas falhadas para se libertarem, os jovens elefantes aceitam que não podem. E assim permanecem na vida adulta, ficam condicionados pela experiência que tiveram em jovens.

O mesmo acontece connosco. Estamos condicionados por muitas cordas e estacas. Algumas dessas cordas têm as suas estacas em experiências simples com colegas de escola, coisas de miúdos, diríamos agora adultos. Mas, muitas vezes, são essas coisas de miúdos que estão gravadas na nossa memória inconsciente, e que diminuem a nossa auto-imagem. Outras, estão presas a alguma altura em que a nossa mãe, o nosso pai, ou alguém importante para nós, nos disseram que não éramos capazes de fazer alguma coisa. E nós acreditámos. A própria época em que crescemos tem um papel fundamental nas nossas crenças. Olhem por um momento para os dias de hoje e imaginem as crenças que estamos a cimentar nas nossas crianças….dificuldades, sacrifícios, crise… . Embora estejamos conscientes de muitas das nossas crenças, na maioria das vezes as que nos limitam não estão à superfície e, por isso, detectá-las é um passo importantíssimo. Uma mudança nas nossas crenças pode ter um impacto enorme na nossa vida. Toda a nossa auto-imagem, auto-valor, capacidades, habilidades, comportamentos, bem-estar… têm na base crenças profundas e a sua qualidade positiva ou negativa fará toda a diferença.

Todos estamos conscientes do poder da crença. Se é a crença que leva muitos a cometer actos absolutamente desumanos sem qualquer hesitação, é ela que justifica também exemplos de enorme altruísmo, compaixão, elevação. Felizmente, o mundo está cheio de exemplos positivos que nos mostram a magia da crença, a magia da fé. Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela são exemplos de como crenças ilimitadas fundamentadas por valores elevados podem mudar o mundo. Todos conhecemos também Nick Vujicic, um exemplo de superação pessoal extraordinário.
Tu podes mudar o teu mundo. Podes começar pela linguagem que usas. As palavras têm o poder de aumentar, diminuir e modificar as nossas reacções à experiência. As palavras vão definir a maneira como interpretamos e sentimos as situações. Por exemplo, podes ter várias formas de descrever uma situação de desemprego; “Estou desempregada”, “Estou à procura de uma nova oportunidade” e “Estou temporariamente sem ocupação remunerada”. Cada uma provocará um sentimento e uma reacção diferentes diante da mesma situação. Podes começar logo de manhã mudando o teu dia, orientando o teu foco. Mal acordes e ao longo do dia, usa algumas destas afirmações de Louise Hay. Não te esqueças que, como diz Nelson Mandela “tudo é considerado impossível até acontecer”.

Escolho sentir-me bem comigo mesma. Mereço o amor que sinto por mim.

Sou capaz de me cuidar sozinha. Reconheço e uso meu próprio poder.

Não importa o que os outros digam ou façam. O que importa é como escolho reagir e o que escolho acreditar a meu respeito.

Tenho a auto-estima e a confiança necessárias para avançar pela vida com facilidade.


Há muitas formas de transformar crenças limitadoras em crenças ilimitadas. Em PNL há vários modelos e exercícios que trabalham crenças. Simplificá-los para fazerem sentido neste espaço poderia pôr em causa a sua eficácia. Assim, decidi disponibilizar um exercício simples que aprendi numa Master Class com Emma James (Trainer em PNL, Linha do Tempo e Hipnose). Este exercício é uma adaptação de outras técnicas e não se aplica ao trauma.

1-      Identifica a crença limitadora.
2-      Lembra-te da última vez em que te sentiste assim.
3-      Revive essa experiência, sente.
4-      AGORA sai do evento – vê-te nele. Repara na mudança de perspectiva e naquilo em que não tinhas reparado.
5-      Enquanto fazes isto, identifica os recursos que dispões, por ex: se houve alguma vez em que tenhas ultrapassado isto, opções que ainda não tenhas visto, pessoas que te podem ajudar, decisões que podes tomar para que a mudança esteja na tua mão, seja da tua responsabilidade. Percebe que recursos precisas e quais tens disponíveis.
6-      Pensa num tempo futuro – em que esta situação teria normalmente acontecido. Aplica os recursos, aprendizagem, opções, novas decisões, e repara no que acontece agora.

Este exercício leva-te a interiorizar uma nova perspectiva, comportamento, fisiologia. Continua a pô-lo em prática para cimentar.


Vera Braz Mendes - Publicado Sapo Mulher

Eva..Maria...Lilith?


"Séculos e séculos de uma visão masculina da vida, do poder, cimentaram em nós, mulheres, crenças que ainda hoje nos diminuem a condição. Crenças profundas que nos foram afastando do poder de ser mulher."



“É muito tempo a desejar o tempo
 De mudar ventos, levantar marés
 É muita vida a desejar o alento
 Que faz saber ao certo quem és…” Outra Margem de mim – Mafalda Veiga

A relação Feminino/Masculino é universal. Os antigos conceitos chineses yin/yang, são princípios gerais, representações simbólicas das energias presentes na natureza.

Yang – elemento criador, gerador, energia iniciadora, impulsividade, agressividade, ordem, exterior, consciente, intelecto, força.
Yin – elemento receptivo, dócil, interior, envolvente, natureza, inconsciente, mente intuitiva, cooperante.

Toda a manifestação no mundo é dual, dividida. Em nós também.

O ser humano é um sistema constituído por várias partes e tudo tende novamente para a união, para que se torne uma totalidade em nós. Esta totalidade em nós é o processo que Jung chamou de Individuação. O caminho de Ser um Indivíduo, de Ser Inteiro, Uno, Não Dividido. Um processo arquetípico que nos permite ser … Mais. E o caminho do Homem é este. A transcendência do dual, a reconciliação dos opostos, os contrários que se juntam, a síntese. A noção de Anima, como a parte feminina presente no inconsciente do homem e Animus, como a parte masculina presente no inconsciente da mulher é, em Jung, a representação destes opostos em nós. Opostos que criam tensão.

No entanto, dentro de nós, mulheres, a tensão não é apenas vivida entre feminino e masculino. A tensão é também vivida entre os vários arquétipos femininos. Vivemos numa sociedade onde historicamente há uma supremacia do elemento masculino sobre o elemento feminino, vivemos numa sociedade patriarcal. E por isso pergunto: Que Anima? Que feminino? Será que a Anima em nós mulheres é assim tão consciente? Ou será que a verdadeira Anima, a Deusa, mulher integrada, inteira, o feminino profundo, está fragmentada e desligada da mulher dos nossos dias...?

Séculos e séculos de uma visão masculina da vida, do poder, cimentaram em nós, mulheres, crenças que ainda hoje nos diminuem a condição. Crenças profundas que nos foram afastando do poder de ser mulher. Crenças que nos foram aproximando deste conceito yang de poder. E são os valores femininos que fazem profundamente falta na nossa sociedade. Ainda há pouco tempo li um artigo no Público on-line sobre um livro de Steven Pinker (psicólogo da Universidade de Harvard e antigo subsecretário da Defesa dos EUA) onde o autor defende que se o mundo fosse governado por mulheres seria mais pacífico. Os homens “tendem a escolher a força do comando, enquanto as mulheres são mais pacificadoras”. Os mais cépticos falam do exemplo de mulheres que já tivemos e temos no poder… esquecem-se que essas mulheres continuam a actuar segundo valores masculinos.

Olhando para os mitos como representações puramente simbólicas dos vários femininos que estão impressos em nós, encontramos na base da sociedade ocidental como exemplos femininos a modelar, Eva e Maria.

Eva

Mulher de Adão, criada a partir de uma costela do primeiro homem para ser sua companheira. Trouxe o pecado ao mundo e levou Adão a pecar. Cedeu à tentação, à serpente. Culpada pela expulsão da humanidade do Paraíso, carregando o estigma do pecado, impureza, fragilidade. Eva, a mulher submissa, que tem a sua identidade e existência ligadas a Adão, ao homem.

Maria

Em Maria temos a mãe de Jesus, Cristo salvador da humanidade. Maria engravida do Espírito Santo ainda sendo virgem. Maria é mãe e virgem, atribuições que remetem para a mãe perfeita, assexuada, pura como todas as mães deveriam ser. Maria, mãe simbólica da humanidade que vem redimir os pecados de Eva.
As duas, Eva e Maria, têm em comum o facto de serem validadas na sua existência pela sua relação com o masculino. Uma é assexuada, a outra, culpada pelo pecado original.


Depois….

Lilith. Vive nos confins sombrios do nosso inconsciente colectivo. Quem é Lilith?

Lilith  aparece na tradição rabínica de transmissão oral, no folclore hebraico, em textos cabalísticos... O alfabeto de Ben Sirak é o registo mais antigo que se conhece sobre Lilith. Existem várias versões de Lilith e aparece em várias culturas.

Lilith é descrita como tendo sido a primeira mulher de Adão. Em alguns escritos Lilith e Adão eram o hermafrodita que Deus separou em duas metades, feminina e masculina. Noutros, Lilith é criada por Deus da mesma forma que Adão, ou seja, moldada pelas mãos divinas, só que a partir de lodo e lama. Com o tempo, Lilith torna-se rebelde e não se conforma em estar numa posição inferior à de Adão, já que ambos tinham sido criados à imagem e semelhança de Deus. Inclusive, na relação sexual, Lilith não se conforma em ser submissa. Diz-se que Lilith e Adão viveram uma verdadeira paixão, que ela o tirava do sério. Lilith entra em conflito com Adão e com o Criador. Por isso, tem de escolher entre submeter-se ou partir exilada para o Mar Vermelho, onde vivem os demónios. Lilith escolhe partir. O seu castigo é tornar-se um demónio, a rainha da noite.
É a partir daqui que Deus cria Eva, para acabar com a solidão de Adão.
Lilith representaria assim a mulher independente, que sabe o que quer, que não se envergonha de si própria, activa sexualmente. Enviada para o inconsciente como demónio, ali ficou como sombra. Acusada de todos os males e tentações. Em alguns escritos Lilith é a própria serpente que tentou Eva. Demónio nocturno que vinha tentar os homens, matava crianças, gerava demónios. Acusada de encarnar na mulher que ousava ser diferente e pôr em causa a ordem - a bruxa, queimada.

Das sombras todos temos medo. E assim, como sombra e sombria, reconhecemo-la pela negativa – é a mulher fatal, a amante, a tentadora perversa. É a representante de impulsos sexuais reprimidos.

Mas… não poderão Maria, Lilith e Eva coexistir na Mulher? Em pleno século XXI, não será tempo de tirar Lilith da sombra e dar-lhe luz? Até quando será convenientemente demónio?

Não nos poderemos nós rever na doçura e companheirismo de Eva, no amor incondicional de Maria, e ao mesmo tempo ganharmos espaço criativo para a nossa própria expressão enquanto e como mulheres, levando activamente os valores femininos ao mundo? Mudando o mundo. Não poderemos nós ser mães, companheiras, amantes? Em que é que a nossa independência e vivência sexual nega os valores femininos? Os valores femininos só são negados quando procuramos ser yang na nossa expressão.
Haverá sempre Marias felizes, Evas felizes, Liliths felizes. No entanto, para as que sentem o vazio, a insatisfação com os papéis que decidiram ou decidiram por elas assumir, não será a integração, assumir o poder feminino na sua totalidade, ser mulher inteira, a Deusa, o caminho ou pelo menos parte dele?

Hoje deixo-te apenas uma pergunta:

Se não tivesses que ser nada, quem gostarias de ser? Quem poderias ser?

Vera Braz Mendes - Publicado Sapo Mulher


O Amor Maior


"É preciso validar a nossa criança interior, é preciso validar a sua dor para podermos encontrar a sua alegria, a sua criatividade, todo o seu potencial"



“…I found the greatest love of all inside of me. The greatest love of all is easy to achieve, learning to love yourself, it is the greatest love of all.” (Eu encontrei o maior amor de todos dentro de mim. O maior amor de todos é fácil de alcançar, aprender a amar a si mesmo é o maior amor de todos). The greatest love of all – Whitney Houston

Na semana passada prestaram-se homenagens a Whitney Houston um pouco por todo o lado. Eu própria o fiz no facebook. Mesmo quem não gosta do tipo de música, não fica indiferente à voz. Eu também não fico. Gosto muito de Whitney Houston.

Não me lembro quando foi a primeira vez que ouvi esta canção, The greatest love of all, mas sei que me emociono sempre com a letra. “Learning to love yourself it is the greatest love of all” (aprender a amar a si mesmo é o maior amor de todos). Olhando para vida de Whitney, possivelmente ela não foi capaz de o fazer, não foi capaz de encontrar o maior amor de todos. Nem sempre é assim tão fácil. Deixamos que demasiadas sombras tapem a nossa luz, ou tentamos levar a vida a negar que a sombra também existe em nós. E tudo aquilo que não somos capazes de aceitar como uma parte nós acaba por ganhar demasiada importância, passa a dominar a nossa vida. Começa a espreitar em cada esquina, em cada relacionamento. Carl Jung afirmou; “Uma pessoa não se torna iluminada a imaginar figurinhas de luz. Uma pessoa torna-se iluminada ao tornar a escuridão consciente”. Este tornar a escuridão consciente é darmo-nos a nós próprios a oportunidade de levar luz à nossa escuridão, em vez de nos identificarmos com ela ou fingirmos que não existe. Muitas vezes passa por sermos capazes de objectivar a nossa própria subjectividade. Perdemo-nos na nossa subjectividade e é necessário ganharmos a capacidade de nos dissociar, olharmos de fora. Outras vezes, passará por deixar de lado tanta objectividade e permitirmo-nos sentir. Todos somos diferentes e acredito que todos nascemos para brilhar.

Em todos nós vive uma criança formada a partir das memórias das nossas vivências pessoais. É a nossa criança interior. No fundo, a criança interior representa a forma como percepcionámos o mundo, como recebemos o mundo. A criança interior é aquela que ficou registada no nosso inconsciente a partir da nossa memória das vivências pessoais. Todos queríamos ser especiais para as pessoas que amávamos. Todos queríamos colo. Todos queríamos protecção. E há aqueles que tiveram e nunca chegava, queriam sempre mais. E há aqueles que pouco ou nada tiveram e habituaram-se a isso, como se não merecessem. Muitas vezes, não tem a ver com aquilo que nos foi dado, tem a ver com a maneira como por nós foi recebido e o que fazemos com isso, de que forma é que utilizamos as experiências para alavancar a vida. Todos somos humanos, ninguém teve pais perfeitos, andou numa escola perfeita ou se relacionou com seres perfeitos. De uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, muitos sentiram-se mal-amados, negligenciados, ou excessivamente criticados, ou rigidamente disciplinados, ou superprotegidos ou…ou...ou. .

Os aspectos vulneráveis e carentes da criança que fomos um dia levam-nos a desenvolver maneiras de nos protegermos e compensar necessidades que não foram preenchidas. Nós crescemos, tornamo-nos adultos, mas essa criança com necessidades não preenchidas continua lá, não cresce. E é essa criança ferida que aparece em muitos momentos da nossa vida, em muitos relacionamentos. O mundo é um espelho. Quando estamos num relacionamento que nos devolve uma imagem de nós distorcida e pequenina, a pergunta não é “ porque é que a outra pessoa faz isto?” A pergunta é “o que é que me leva a estar com uma pessoa que me diminui e distorce o tamanho?” As respostas vão ser variadas. Não há boas ou más respostas.
É preciso validar a nossa criança interior, é preciso validar a sua dor para podermos encontrar a sua alegria, a sua criatividade, todo o seu potencial. É preciso encontrar a nossa criança Divina. Acredito que é absolutamente necessário amá-la. É aqui que encontramos o Amor Maior, dentro de nós próprios. Amarmo-nos, aceitarmos toda a nossa luz e toda a nossa escuridão, é sem dúvida o maior Amor de todos. E esta aceitação abre espaço para sermos o que viemos para Ser.

Exercício:

Há muitas formas de entrarmos em contacto com a criança interior. Escolhi uma pequena meditação. Um exercício simples para começares.

Senta-te ou deita-te confortavelmente. Inspira profundamente e expira. Relaxa cada parte do teu corpo.

 O objectivo é encontrares-te a ti mesma, quando eras criança, em algum lugar. Essa criança pode estar a brincar no jardim, na praia, em casa… Pode estar a rir, chorar, mal-humorada, feliz. Chama essa criança da maneira que te chamavam quando eras pequena. Conversa com ela, ouve-a. O que é que ela precisa? Pergunta-lhe. Brinca, abraça-a, canta-lhe. Dá a essa criança o que ela mais precisa. Quando perceberes que a criança ficou satisfeita, volta ao aqui e agora.



Vera Braz Mendes - Publicado Sapo Mulher