sexta-feira, 13 de julho de 2012

It's a kind of magic

Magic, Magic, Magic...



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It’s a kind of magic, magic, magic. É uma espécie de magia. A vida é uma espécie de magia. Sempre que oiço esta música dos Queen entro imediatamente num estado de alegria e bem-estar. O sorriso nos lábios é automático. O portal abre-se e eu entro na minha máquina do tempo. De repente estou na adolescência. E estou mesmo lá! Vejo, oiço e sinto como se lá estivesse. E de certa forma estou. Esta música invoca em mim boas memórias. Entro num mundo de fantasia maravilhoso. E eu gosto! Muito!

Decerto que já aconteceu o mesmo contigo, várias vezes. A música põe-nos de facto a viajar. É uma âncora poderosa. Em Programação Neurolínguistica (PNL), chamamos âncoras ao processo no qual um estímulo externo é associado a um estado interno ou a um conjunto de representações internas - um estímulo recebido através dos sentidos, provoca imediatamente um estado emocional que nos predispõe a pensar, sentir, agir de determinada maneira.

As âncoras ocorrem naturalmente através de estímulos auditivos, visuais ou cinestésicos (toques e cheiros, por exemplo). Todos temos âncoras. Gatilhos externos que, sempre que accionados,nos provocam estados emocionais, quer positivos quer negativos, e transportam-nos para o tempo e espaço onde esse estado emocional esteve presente. A âncora acciona o sistema neurológico e leva-nos ao estado interno que está associado àquela experiência.

Vou contar-te uma história que se passou comigo:

Há uns anos atrás, andava à procura de casa para comprar e fui com o meu marido ver uma. Quando entrei na casa…. Uau! Cheirava a bolo! Imagina agora o cheiro de bolo no forno, consegues? Para onde vais? Pois… foi isso mesmo. De repente vieram a mim todas as memórias felizes que aquele cheiro despertava; família, infância, bons momentos na cozinha, o aconchego… Sim, eu já não estava apenas ali. Eu estava ali a viver as minhas boas memórias. Estava em estado para comprar a casa. Aquela era a casa! Mais tarde, o estudo da PNL e nomeadamente a tomada de consciência do conceito de âncora, fez-me olhar para este episódio de uma outra perspectiva. Comprei aquela casa e fiz uma boa compra, no entanto… que peso teve o cheiro do bolo na decisão?

As âncoras instalam-se naturalmente ao longo da nossa vida mas… E se eu te disser que as podemos instalar propositadamente. E se tivesses um botão? Carregavas no botão e… voilá… Ficavas num estado de confiança; motivação; segurança… Ficavas no estado que precisasses para o momento. This is a kind of magic.

A âncora é uma ferramenta da PNL, criada por Richard Bundler e John Grinder a partir das descobertas feitas pela psicologia behaviorista experimental, e as suas raízes estão nos trabalhos feitos por Pavlov. Ter uma ou várias âncoras talvez não te mude a vida mas vai ser uma boa ajuda em muitas ocasiões. A âncora passa a ser um recurso adicional que tens sempre disponível. A Âncora vai actuar no teu estado, logo, mudará a tua fisiologia e consequentemente o teu comportamento, para além da tua representação interna. Experimenta!



Exercício:

Criar uma âncora:

1) Escolhe o estado desejado, por exemplo, confiança, motivação, calma…

2) Escolhe o local do estímulo, tem de ser um local específico e que possa ser reproduzido sempre que queiras. Para criares a âncora usa um toque no teu corpo, por exemplo no nó de um dedo, no centro do peito.

3) Lembra-te de uma situação em que vivenciaste esse estado. De certeza que já houve alturas na tua vida em que esse estado estava presente, em que sentiste essa…. (confiança, motivação, calma). Vai para essa altura e “entra dentro do teu corpo”. Vê o que estavas a ver na altura, ouve o que estavas a ouvir, sente o que estavas a sentir, o que dizias a ti próprio. Nota como o teu corpo muda. Entra nessa memória o mais que puderes. Expande a experiência e permite que tudo o que sentiste na altura se intensifique AGORA. Vive o mais que puderes e, quando achares que chegaste ao auge da intensidade emocional da experiência, acciona o estímulo, pressiona o local do teu corpo que escolheste durante mais ou menos trinta segundos, ao mesmo tempo que continuas a vivenciar a experiência.

(Este é o passo mais importante no processo de ancoragem, quanto mais intenso for o estado vivenciado, maior o sucesso da âncora.)

4) Quebra o estado, faz uma pausa. Levanta-te, pensa noutra coisa, podes inclusive sacudir o corpo.

5) Testa a âncora – acciona o estímulo e verifica se entras no estado a ele associado. Se achares que não está satisfatório, retoma o procedimento a partir do passo 3.

Durante os próximos dias vai accionando a âncora para que ela se fortaleça.

Nota: É mais fácil instalar uma âncora se tiveres a ajuda de alguém que te vá guiando. No entanto, as âncoras mais poderosas são as instaladas quando estamos a viver um estado. Assim, da próxima vez que estiveres numa situação a viver intensamente um estado positivo, lembra-te de associar esse estado a um estímulo e faz uma âncora.



Vera Braz Mendes





4 comentários:

  1. Ainda bem que a Astrid chamou a atenção. Ia deixando passar, pois o email automático de notificação, desta vez não chegou. :))) Partilhado.

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  2. Sigo o teu blogue desde sempre.... mas no silêncio, sem dar nas vistas. Agora finalmente mostro-me e deixo registado o quanto tem sido importante ler-te. Gosto muito da forma como expões. Muito grata. Bem hajas.

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