sábado, 17 de novembro de 2012

Propósito - A história da Nazaré

Todos precisamos de histórias, histórias reais, de pessoas reais, que nos inspirem. Tantas e tantas pessoas gostaram da história da Nazaré e, por isso, decidi eternizá-la publicando-a no blogue.
 
 
 
 
Hoje vou contar uma história, a história da Nazaré. A Nazaré trabalha na bancada do pão na mercearia aqui ao pé de casa. Eu sou gémeos… gosto de ir à mercearia… e a Nazaré dá-me sempre dois bons dedos de conversa (ou mais, depende dos dias). A Nazaré é especial.
Hoje, lá fui à mercearia de manhã. Quando cheguei, a Nazaré estava a falar com um rapaz e eu tive de esperar um bocadinho. Quando ele se foi embora a Nazaré disse-me: “Veio cá de propósito para me ver! Tem 28 anos e ainda cá vem!”, “Ai é?” perguntei eu (como se não soubesse porquê). “Sim Vera! Eles saem daqui com 17, e muitos, aos 30 ainda cá vêm… vêm apresentar-me as namoradas, as mulheres, os filhos… ou contar-me as novidades… se encontraram emprego… até os carros novos me vêm mostrar! Fico mesmo feliz! Mesmo, mesmo! Nem lhe consigo explicar…”.
Eu explico – A mercearia fica perto da Escola Secundária do Restelo e o melhor é que não vos falte nenhum ingrediente de última hora para o almoço. É que é impossível ir à mercearia à hora de Almoço. Muitos, mas muitos alunos da escola vão almoçar à mercearia e, a essa hora, lá está a Nazaré a fazer sandes de fiambre e de queijo… e a dar uns dedos de conversa. A Nazaré alimenta-lhes a barriga e alimenta-lhes também o coração!
Antes de me ir embora, disse-lhe: “gosta mesmo do que faz, não gosta Nazaré? É mesmo feliz aqui!”. “Sim, gosto mesmo do que faço! Nem imagina a felicidade, a alegria que sinto quando eles me visitam… nem consigo explicar…” disse a Nazaré. “Crio mesmo uma ligação com eles… e eles contam-me os problemas, as dúvidas… e as alegrias... principalmente os rapazes…”.

Esta é a magia da vida quando encontramos um propósito, um sentido naquilo que fazemos… A fazer sandes, ou outra coisa qualquer, quando SOMOS, quando expressamos aquilo que SOMOS no que fazemos, a Alma brilha. E a Nazaré brilha.

2 comentários:

  1. E você igualmente brilha Vera!!!!
    Quando estamos atuando com o divino em nós, que nós somos de fato, é assim.
    Eu adorei esta história quando a li pela primeira vez e agora adorei de novo!!!!
    Beijos para a Senhora Nazaré...beijos para você minha querida Vera.
    Astrid Annabelle

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