sexta-feira, 15 de março de 2013

Carneiro






Estamos quase na Primavera e com ela chega também Carneiro.

O ingresso do sol em Carneiro é o equinócio da Primavera. A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais". O dia e a noite duram o mesmo tempo, 12 horas. 

Carneiro é o impulso primordial de manifestação. Signo masculino, cardeal de fogo, é a primeira expressão da vontade e da identidade.


Depois do Inverno, do recolhimento, tudo desperta para a vida na Primavera. Carneiro representa o despertar para a vida, as possibilidades de começo, de lançar sementes. Em Carneiro é libertada a energia do fogo que representa o processo de identidade, o reconhecimento do sentido do Eu através da acção, que será maturado em Leão e desenvolvido em Sagitário. Após o período de "conservação" do Inverno, a vida desperta com a chegada da Primavera. É o nascer do dia, o acordar de todas as possibilidades que cada nascer do dia traz consigo… sair da letargia. Carneiro representa o início de um ciclo de experiência, é o primeiro signo do zodíaco, símbolo do primeiro degrau nesta escada de 12. Como primeiro signo, o impulso é direccionado para a acção directa e imediata, abrir caminhos é primordial. Para ser o primeiro é necessário coragem, ousadia, auto-confiança, liderança, competição e impulsividade. Assertividade e agressividade são duas palavras-chave definitivamente ligadas a este signo e, se ambas partem do mesmo ponto, a primeira refere-se a acção construtiva e positiva, enquanto que a segunda se refere a acção destrutiva. Quando de alguma forma Carneiro está bloqueado no nosso mapa natal, há dificuldade em expressar vontade, ser autónomo, assertivo, em agir… muita frustração. Carneiro pode ser muito individualista e, por isso, é o signo oposto e complementar, Balança, que lhe mostra a necessidade de levar os outros em consideração, de pensar nas consequências das suas acções.
Ao nível da personalidade, Carneiro é regido por Marte e muito marcado pela expressão instintiva e primária de satisfação de desejos. Ao nível da Alma, Mercúrio é o regente. É o berço das ideias. Carneiro é a projecção, tanto de impulsos criativos (mercúrio como regente esotérico), como é a devoção aos impulsos do ego (marte - regente da personalidade). Quando Carneiro está a trabalhar ao nível da alma, mercúrio introduz novas ideias que vêm do mental superior, dando por isso acesso aos arquétipos. Quando está a trabalhar apenas ao nível da personalidade, o instinto de Marte é apenas de satisfação dos desejos do ego. Mercúrio faz a ligação da personalidade à Alma construindo a ponte que acessa às ideias divinas. É o fogo de Carneiro que traz as ideias criativas, cumprindo a vontade do plano.

A casa onde aparece Carneiro no nosso mapa natal, é a área de vida onde nos precisamos afirmar como indivíduos, onde temos de cultivar a liberdade para expressar independência, onde podemos ousar. 

Carneiro: Assertivamente, urgentemente, imediatamente


Palavras-chave: Iniciativa, independência, espontaneidade, juventude, pioneirismo, acção, impulsividade, liderança, competição, desafio, directos, coragem, entusiasmo, dinamismo.
 MARTE
Vera Braz Mendes

quinta-feira, 14 de março de 2013

Novo Papa, Novo Nome... Nova Igreja?





Com um papa Jesuíta de nome Francisco, seria muito bom mesmo que nos recordássemos dos ensinamentos de São Francisco de Assis. Mais do que recordá-los, é hora de agir em conformidade! Mesmo não sendo Franciscano, espero que o seja no coração... Porque é para São Francisco de Assis que o nome adoptado pelo novo Papa me leva.
 
Com toda a energia que está no Céu em Peixes (Sol, Mercúrio, Vénus, Neptuno e Quiron), um Mercúrio retrógado e Lua, Marte e Úrano em Carneiro, espero profundamente que seja a abertura de um novo caminho onde as Crenças assentes em Valores Universais de Amor, Fé, Unidade, Compaixão, Solidariedade, Irmandade, Serviço... sejam os pilares de uma instituição que representa espiritualmente tantos milhões de pessoas. Espero também que tudo o que põe em causa o SER, seja revisto e transformado. Que as sombras do passado sejam alquimizadas e iluminadas como nos sugere Saturno retrógado em Escorpião e, com isso, que seja o Poder do Espírito, do Cristo, a governar e não a enorme insaciedade humana (Plutão em Capricórnio). É hora da Igreja agir, revendo o que a impede de Servir em Verdade, como sugere o símbolo sabeu do grau do Sol de hoje. Ou não será mais que ilusão... e, quem sabe se a profecia não terá razão... Penso que é muito significativo que o novo Papa seja Jesuíta e tenha escolhido o nome Francisco. Como sugere Júpiter em Gémeos, o "Dedo de Deus" do mapa, que o novo Papa venha Servir o Homem comum.

Estando este evento sobre o efeito da lunação de peixes que aconteceu há dois dias, o símbolo sabeu dessa lunação é ainda mais importante. Aqui fica ligação para o texto. Lunação de Peixes


Símbolo sabeu para o grau do Sol hoje - 23 Peixes
"Um médium materializador fazendo uma sessão.
Ideia básica: A capacidade de dar um pouco da própria energia vital para substanciar os próprios ideais conscientes ou desejos inconscientes.
A pessoa que acredita ter uma missão ou mandato, ou algum dom especial que possa revestir-se de valor para a sua comunidade, deve substanciar essa crença. Tem de produzir resultados. Por vezes, isso envolve dificuldades e condições ou circunstâncias especiais; sempre requer, em algum grau, a doação de algum valioso poder que é profundamente próprio da pessoa. O pensamento de sacrifício foi sugerido pelo cordeiro branco no primeiro símbolo desta série quíntupla. Algo precioso envolvido numa experiência profundamente pessoal deve ser entregue, oferecido a outros. A substância psíquica do médium fornece os materiais tornados visíveis nos fenómenos, se estes últimos forem genuínos. Após a sessão, o médium costuma estar exausto. O realizador dá um pouco da sua própria vida à realização.
A exibição de energia psíquica que o símbolo descreve pode ser interpretada de forma positiva ou negativa, a depender dos motivos que induziram o "médium" a fazer a sessão. Em sem aspecto mais construtivo, sugere a palavra-chave substanciação. O aspecto sombrio do processo é "engano". "

Marte está neste momento no 1º grau de Carneiro, signo da sua regência. Símbolo do fogo original que se manifesta na primavera, Cordeiro de Deus.

 Grau 1 de Carneiro:

"Uma mulher recém saída do mar; uma foca a abraça.
Ideia básica: Emergência de novas formas e de potencialidades da consciência.
Esta é a primeira das 360 fases de um processo cíclico de carácter universal e dotado de muitos níveis, cujo alvo é a actualização de um conjunto particular de potencialidades. Essas potencialidades, nos símbolos sabeus referem-se ao desenvolvimento da consciência individualizada do homem - A consciência de ser uma pessoa particular com um lugar e uma função (um "destino") no organismo planetário da Terra e num tipo particular de sociedade e cultura humanas.
Ser individualmente consciente significa emergir do mar da consciência genérica e colectiva - que, a mente que emergiu, afigura-se como inconsciência. Tal emergência é o evento primário. É o resultado de alguma acção básica: um deixar para trás, uma emergência de um ventre ou matriz, aqui simbolizado pelo mar.
Essa acção não deve ser considerada uma afirmação poderosa e positiva do ser individual. No princípio é o Acto, mas, com frequência, trata-se de um acto imperceptível e inseguro. O pequeno germe tenro que surge da semente, não proclama em altos brados sua existência. Ele precisa abrir caminho pela crosta do solo, ainda coberta pelos remanescentes do passado. É todo potencialidade, apresentando um mínimo de presença real.
No símbolo, portanto, a entidade emergente é uma Mulher; em termos simbólicos, uma forma de existência ainda próxima das profundezas inconscientes da natureza biológica genérica, plena de desejos de ser, em vez de auto afirmação. A mulher é vista abraçada por uma foca porque a foca é um mamífero que um dia experimentou uma emergência biológica, evolutiva, mas relativamente inconsciente, e que, no entanto, voltou sobre seus próprios passos e "retornou ao ventre" do mar. A foca representa, portanto, um passo regressivo. Ela abraça a mulher que emergiu, pois todo o processo emergente é, no início, susceptível ao fracasso. Esse processo, com efeito, é cercado pela memória, os fantasmas dos fracassos passados no curso de ciclos anteriores. O impulso para cima é contido pelo medo ou insegurança regressivos; a questão do conflito depende da potência relativa das forças que se dirigem para o futuro diante daquelas que seguem a direcção do passado.
A possibilidade de êxito e de fracasso está implícita ao longo de todo o processo de actualização. Toda a libertação de potencialidade contém essa dupla possibilidade. Ela abre inevitavelmente dois caminhos: um caminho leva à "perfeição" na consciência; o outro, à "desintegração" - o retorno ao estado indiferenciado (o estado de humu, adubo, poeira cósmica -, isto é, retorno ao caos, "às grandes Águas do espaço", do cunho simbólico.
Este símbolo caracteriza o 1º dos cinco estágios que se repetem em três níveis. Este estágio representa a afirmação inicial, ou tema, da série quíntupla que se refere ao 1º nível: Impulso de Ser."
Uma Mandala Astrológica - Dane Rudhyar


Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a f
é;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.


 
Aqui pode ler o excelente texto do António Rosa sobre o Papa Francisco.

 
Vera Braz Mendes
 

domingo, 10 de março de 2013

Peixes









Amanhã, dia 11 de Março temos a lua nova de Peixes. Este ano, a última lunação antes do início do novo ano astrológico, é muito especial. Sete planetas estão em Peixes neste momento (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus, Marte, Quiron e Neptuno) convidando-nos a mergulhar sem máscara no grande oceano da vida, onde tudo É e todos SOMOS. Esta lua nova vai ser no grau 22 de Peixes.

Peixes é o último signo do zodíaco e está sempre para além das palavras. As palavras são incapazes de traduzir o oceano do Tudo. O símbolo é dois peixes que nos fazem ter presente a dualidade. Dualidade emocional - entre o mistério da Vida, o insondável, inteligível…. Deus, e o medo que leva para o passado, para o vazio das águas não preenchidas de Caranguejo ou não transmutadas de Escorpião. Um peixe que nada para o passado, representando a matéria, e um peixe que nada para o futuro, representando o espírito. Em peixes a energia termina um ciclo e prepara-se para o seguinte. E quem tem energias fortes em peixes sente melhor que ninguém esta sensação de que tudo tem um fim. Fronteira entre dois mundos que se mesclam, que se invadem, onde tudo se mistura - um prestes a terminar e outro quase a começar. Ficando neste limiar de não separação entre mundos, torna-se difícil construir uma estrutura psíquica estável e diferenciada. Símbolo da comunhão com o todo, exalta a compaixão, o amor incondicional, o Cristo. É o Servidor.

Signo mutável de água onde a grande sensibilidade é o dom que permite contactar o que de mais profundo e belo existe em nós - fé incondicional na vida, certeza no absoluto, de que Todos Somos Um. É impossível traduzir para o mundo concreto o que é intuído noutros níveis. Um mundo encantado que nos é revelado pela oração e também pela arte, nas palavras, pincéis ou pautas musicais. Criatividade Divina. Sensibilidade é também a maior prisão. Quando não há fronteiras, a dor do mundo é sentida em cada célula. Numa personalidade integrada, temos a fusão da Alma e da forma, a personalidade torna-se um veículo conduzido pela Alma. É o homem espiritual consciente que É - o curador. Numa personalidade não integrada, o mundo pode tornar-se muito feio, um lugar onde não se é capaz de viver - é o mártir, a vítima, escapista dependente de pessoas e/ou químicos... porque não é capaz de carregar tal fardo. Caos emocional.

Os planetas regentes de Peixes são Júpiter e Neptuno. Júpiter expande emocionalmente e, muitas vezes, o que acontece é a necessidade de estímulos emocionais exteriores. Com Neptuno, a taça fica pronta a receber a água da vida... Mas é Plutão, regente da Alma, que possibilita a ãbertura de Neptuno. Plutão destrói o peixe do passado para o tornar mais receptivo – não ao psiquismo inferior, mas à Alma. O trabalho de Plutão é o caminho para a abertura e integração de Neptuno.


Peixes é vivência de aceitação, entrega, transcendência… Amor Incondicional.

 
Amanhã teremos a Lua Nova de Peixes e, como em todas as luas novas, é tempo de semear. Um novo ciclo de experiência começa, por isso, é um bom momento para rever os nossos compromissos e estabelecer objectivos de acordo com a energia que está disponível no Céu. Esta lua nova é especial e, a sua especialidade está também muito presente no símbolo sabeu do grau onde acontece, 22 de Peixes. O símbolo é tão claro que dispensa qualquer interpretação. Ergamos o cálice, recebamos a Água, e entornemo-lo na nossa vida.

 

Grau 22 de Peixes


“Um profeta, transportando as tábuas da nova lei, desce as encostas do Monte Sinai.

Ideia Básica: A necessidade de trazer para o nível da existência quotidiana as claras compreensões manifestadas numa grande experiência de pico.

Este símbolo refere-se, evidentemente a Moisés, depois do recebimento, das mãos do Deus do seu povo, dos princípios básicos a partir dos quais deve ser fundada uma nova religião e, o que é mais importante, um novo ritual de vida. Essa “Lei” básica deve “ser trazida para o nível da existência quotidiana”. Ela representa uma descida do poder formador e estruturador, uma Divina Revelação. Esse tipo de conhecimento revelado contrasta com o tipo de entendimento nascido da experiência do toque, do sentimento, do calor do contacto.

Este símbolo retrata um processo a que foi atribuído no passado um carácter de doação divina, mas que, nos nossos dias, vem sendo investigado nos níveis pessoal e psicológico. A questão importante é: que fazes depois de teres tido uma experiência de pico, uma revelação interior? A palavra-chave mandato é apropriada, mas o problema básico consiste em como cumprir esse mandato com o espírito apropriado.”


Dane Rudhyar Uma Mandala Astrológica

 

 

 

Vera Braz Mendes

quinta-feira, 7 de março de 2013

 
 
Faz hoje um ano que criei este Blog. Tem sido uma aventura maravilhosa. É certamente uma ocasião para celebrar e agradecer a todos os que por aqui passam. Depois de 34.000 visualizações e um coração cheio, resta-me um enorme
 
OBRIGADA
 
 

domingo, 3 de março de 2013

Acredita que podes voar

 

"Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis"


 




“If I can see it, then I can do it. If I just believe it, there's nothing to it. I believe I can fly, I believe I can touch the sky. I think about it every night and day, spread my wings and fly away. I believe I can soar. I see me running through that open door. I believe I can fly, I believe I can fly, I believe I can fly”. (Se eu posso ver isso, então posso fazer isso. E se eu acreditar, nada me poderá impedir. Eu acredito que posso voar, eu acredito que posso tocar o céu. Penso nisto todos os dias e todas as noites, esticar as minhas asas e voar ... Eu acredito que eu posso elevar-me. Vejo-me a correr, atravessando uma porta aberta. Eu acredito que posso voar, eu acredito que posso voar, eu acredito que posso voar).

Nós somos o que acreditamos Ser! E podemos acreditar que podemos voar. E podemos acreditar que nascemos sem asas. As crenças, aquilo que verdadeiramente acreditamos sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo, negam ou potenciam o nosso poder pessoal. Se acreditares que não podes fazer alguma coisa, provavelmente não vais ter oportunidade de saber, porque provavelmente não vais fazer. As crenças actuam na nossa vida como profecias auto-realizáveis. Se acreditares que podes voar, voarás. Se acreditares que não tens asas, não sairás do ninho.
Henry Ford dizia: “Se você acreditar que consegue, ou que não consegue, em ambos os casos, você estará absolutamente certo”.
Uma crença é simplesmente um sentimento de certeza de que algo é real ou verdadeiro, e fundamenta-se na generalização da nossa experiência subjectiva. Muitas das crenças que guiam a nossa vida, formaram-se em momentos no passado e segundo uma visão limitada de nós próprios e do mundo à nossa volta. A família onde nascemos, a educação que tivemos, o meio ambiente, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do nosso sistema de crenças. Todos temos crenças que nos potenciam e crenças que nos limitam. Muitas das nossas crenças limitadoras constituíram-se na infância e nada tiveram a ver com as experiências em si, mas com a forma como por nós foram percepcionadas e vivenciadas, de acordo com os recursos (poucos) que tínhamos disponíveis na altura.
 
Já alguma vez te perguntaste porque razão um elefante num circo está preso por uma simples corda amarrada a uma estaca? Porque razão não se tenta libertar? Olhando para o elefante não é difícil imaginar que bastaria começar a caminhar para arrancar a estaca. A resposta é simples; quando jovens, os elefantes são amarrados a uma estaca por uma corda forte que os impede de sair do lugar. Depois de várias tentativas falhadas para se libertarem, os jovens elefantes aceitam que não podem. E assim permanecem na vida adulta, ficam condicionados pela experiência que tiveram em jovens.
 
O mesmo acontece connosco. Estamos condicionados por muitas cordas e estacas. Algumas dessas cordas têm as suas estacas em experiências simples com colegas de escola, coisas de miúdos, diríamos agora adultos. Mas, muitas vezes, são essas coisas de miúdos que estão gravadas na nossa memória inconsciente, e que diminuem a nossa auto-imagem. Outras, estão presas a alguma altura em que a nossa mãe, o nosso pai, ou alguém importante para nós, nos disseram que não éramos capazes de fazer alguma coisa. E nós acreditámos. A própria época em que crescemos tem um papel fundamental nas nossas crenças. Olhem por um momento para os dias de hoje e imaginem as crenças que estamos a cimentar nas nossas crianças….dificuldades, sacrifícios, crise… . Embora estejamos conscientes de muitas das nossas crenças, na maioria das vezes as que nos limitam não estão à superfície e, por isso, detectá-las é um passo importantíssimo. Uma mudança nas nossas crenças pode ter um impacto enorme na nossa vida. Toda a nossa auto-imagem, auto-valor, capacidades, habilidades, comportamentos, bem-estar… têm na base crenças profundas e a sua qualidade positiva ou negativa fará toda a diferença.
 
Todos estamos conscientes do poder da crença. Se é a crença que leva muitos a cometer actos absolutamente desumanos sem qualquer hesitação, é ela que justifica também exemplos de enorme altruísmo, compaixão, elevação. Felizmente, o mundo está cheio de exemplos positivos que nos mostram a magia da crença, a magia da fé. Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela são exemplos de como crenças ilimitadas fundamentadas por valores elevados podem mudar o mundo. Todos conhecemos também Nick Vujicic, um exemplo de superação pessoal extraordinário.
 
Tu podes mudar o teu mundo. Podes começar pela linguagem que usas. As palavras têm o poder de aumentar, diminuir e modificar as nossas reacções à experiência. As palavras vão definir a maneira como interpretamos e sentimos as situações. Por exemplo, podes ter várias formas de descrever uma situação de desemprego; “Estou desempregada”, “Estou à procura de uma nova oportunidade” e “Estou temporariamente sem ocupação remunerada”. Cada uma provocará um sentimento e uma reacção diferentes diante da mesma situação. Podes começar logo de manhã mudando o teu dia, orientando o teu foco. Mal acordes e ao longo do dia, usa algumas destas afirmações de Louise Hay. Não te esqueças que, como diz Nelson Mandela “tudo é considerado impossível até acontecer”.

Escolho sentir-me bem comigo mesma. Mereço o amor que sinto por mim.

Sou capaz de me cuidar sozinha. Reconheço e uso meu próprio poder.

Não importa o que os outros digam ou façam. O que importa é como escolho reagir e o que escolho acreditar a meu respeito.

Tenho a auto-estima e a confiança necessárias para avançar pela vida com facilidade.


Há muitas formas de transformar crenças limitadoras em crenças ilimitadas. Em PNL há vários modelos e exercícios que trabalham crenças. Simplificá-los para fazerem sentido neste espaço poderia pôr em causa a sua eficácia. Assim, decidi disponibilizar um exercício simples que é uma adaptação de outras técnicas e não se aplica ao trauma.

1- Identifica a crença limitadora.
2- Lembra-te da última vez em que te sentiste assim.
3- Revive essa experiência, sente.
4- AGORA sai do evento – vê-te nele. Repara na mudança de perspectiva e naquilo em que não tinhas reparado.
5- Enquanto fazes isto, identifica os recursos que dispões, por ex: se houve alguma vez em que tenhas ultrapassado isto, opções que ainda não tenhas visto, pessoas que te podem ajudar, decisões que podes tomar para que a mudança esteja na tua mão, seja da tua responsabilidade. Percebe que recursos precisas e quais tens disponíveis.
6- Pensa num tempo futuro – em que esta situação teria normalmente acontecido. Aplica os recursos, aprendizagem, opções, novas decisões, e repara no que acontece agora.

Este exercício leva-te a interiorizar uma nova perspectiva, comportamento, fisiologia. Continua a pô-lo em prática para cimentar.
 
 
 
 
 
Vera Braz Mendes